O PRIMEIRO SACRAMENTO DE FRANK
*ATENÇÃO: ALERTA DE “SPOILERS”
Olá, caro leitor todos nós sabemos da origem do personagem justiceiro, sua família foi assassinada no Central Park em meio a um conflito de mafiosos, desde então Frank jurou vingança contra a máfia, surgia então o Justiceiro.
Mas si, só mente si alguém conseguisse reaver sua família outra vez? Trazer a família do justiceiro de volta seria uma jogada de mestre não? Pois, anularia o objetivo do justiceiro, o seu proposito não existiria mais.
Mas o que vemos nessa nova empreitada do Justiceiro é algo curioso, e de uma boa análise. A ideia é que o justiceiro lute para manter sua família viva, ou ao menos parte dela viva.
O tentáculo ressuscitou Maria, a esposa de Frank, sendo assim o grupo assassino mantem o justiceiro como um peão.
Durante os capítulos, que se seguem observamos o justiceiro saindo em busca de fazer sua justiça com apoio dos ninjas do tentáculo. Frank acredita estar fazendo o que é certo anulando os concorrentes da máfia, A gora temos um justiceiro que serve ao demônio e que está a serviço da besta.
Ao caro leitor carece esclarecer um detalhe bem importante aqui. Sabemos que a Marvel não produz nada sem contexto ou uma ideia na verdade, portanto, o leitor deve ter a lembrança de que nas eleições posteriores, houve nos EUA o mau uso do símbolo do justiceiro. Foi usado por grupos radicais de extrema-direita, suprematistas brancos, não só nos EUA mas também em outros países. Sendo assim a Marvel decidiu rever as motivações do Justiceiro.
Se o leitor de Justiceiro for um pouco mais detalhista perceberá que o justiceiro parece mais com um asiático do que com um norte americano. Acredito que por conta do uso dos elementos das espadas, ninjas, samurais, que remete a história e a cultura do continente asiático.
No capítulo um, o rei dos assassinos: as bênçãos da guerra começa com as primeiras páginas apresentando a morte da família Castle, com Frank chamando pela esposa Maria. São quadros fortes cheios de sangue. Quando Frank apaga temos um lindo pôster com o justiceiro de todas as épocas, e em capa dupla o título Justiceiro.
Frank ainda não domina a arte dos ninjas com espadas muito bem, porém não desiste e se empenha para aprender as arte milenar dos ninjas do tentáculo. Dessa vez, Frank não usa armas, é uma catana, seu símbolo está um pouco modificado. Tem chifres que faz referência a besta.
A HQ também traz quadros eróticos entre Frank e Maria. Aborda o justiceiro ainda criança, mostrando seu primeiro assassinato, reinventando praticamente a história do personagem, ou seja, o justiceiro não se tornou o que é por causa da morte de sua mulher e filhos, mais sim, porque ele já era assim desde pequeno, estava no seu sangue.
A história é repleta de brutalidade, não é à-toa que é recomendada para leitores a partir de16 (dezesseis anos), quanto que gibi de super-heróis tem classificação de 12 (doze anos), como é o caso das revistas mensais do (Homem-Aranha).
Como Frank faz parte do tentáculo agora, também ganhou alguns dons. O tentáculo ao tentar anular todos os mafiosos, acabou se envolvendo com Ares o deus da guerra, que também tem um imenso grupo de combate.
A história é boa até, mas a HQ correu um pouco em relação a mostrar como o justiceiro aderiu ao tentáculo. Será que Frank realmente ia querer que ressuscitassem sua esposa morta? Pareceu algo sem sentido, além do que o justiceiro não faz amizades com assassinos né verdade? A HQ é escrita pelo roteirista Jason Aaron e Torunn Gronbekk, e nos passa a todo momento que o justiceiro faz parte do “capeta” e que por isso é um ser ruim e que sua alma pertence à besta, essa a mensagem que fica. Um recado claro para os que utiliza seu símbolo para justificar o desejo de justiça.
REFERÊNCIA
Justiceiro (2023): vol. 1/ roteiro por Jason Aaron, Torunn Gronbekk; arte por Jesus Saiz, Paulo Azaceta, Lan Medina; tradução por Paulo França – Barueri, SP: Panini Brasil, 2023.
Total de 167 visualizações