Declarações da ex-gerente de integridade do Facebook, Frances Haugen, ao Senado dos EUA,
acenderam um alerta nas últimas semanas sobre problemas que ocorrem dentro da empresa e
na rede social. Agora, mais uma ex-funcionária se diz disposta a testemunhar contra a
plataforma.

Segundo declarou a uma reportagem da CNN, Sophie Zhang, que disse sentir que tinha
“sangue nas mãos” depois de trabalhar no Facebook, se colocou à disposição da justiça para
testemunhar contra a empresa de Mark Zuckerberg junto ao Congresso americano.
Zhang, que trabalhou como cientista de dados na gigante da tecnologia por quase três anos,
afirmou que também repassou documentos sobre a empresa a uma agência de aplicação da lei
dos EUA.

Sophie Zhang elaborou dossiê contra o Facebook em 2020

No ano passado, conforme divulgado pelo Olhar Digital, ela redigiu um extenso memorando
quando foi demitida pelo Facebook, por meio do qual detalhou os motivos pelos quais
acreditava que a empresa não estava fazendo o suficiente para combater o ódio e a
desinformação – especialmente em países menores e em desenvolvimento.
Agora, ela se diz novamente encorajada, porque acredita haver apoio bipartidário para ações
relacionadas à proteção de crianças na internet, após o testemunho da denunciante Frances
Haugen.

Zhang afirmou que levou informações sobre o Facebook às autoridades. “Forneci
documentação detalhada sobre possíveis violações criminais a uma agência de aplicação da lei
dos EUA. Meu entendimento é que a investigação ainda está em andamento”, informou ela
pelo Twitter no domingo.

Questionada pela reportagem sobre quais informações havia fornecido e para qual agência,
ela se recusou a responder. “O FBI geralmente não confirma, nega ou de outra forma comenta
informações ou dicas que podemos receber do público”, limitou-se a dizer.
O ponto central das alegações de Zhang sobre o Facebook é que, ele não faz o suficiente para
combater o abuso de sua plataforma em países fora dos EUA.

Aproximadamente 90% dos usuários ativos mensais da rede social estão fora da América do
Norte, de acordo com o relatório trimestral mais recente da empresa.
No dia seguinte à transmissão da entrevista de Zhang na CNN americana, um porta-voz do
Facebook negou as acusações, dizendo que a empresa havia investido bilhões em segurança e
proteção nos últimos anos.

“Também derrubamos mais de 150 redes que buscavam manipular o debate público desde
2017, e elas se originaram em mais de 50 países, com a maioria vindo ou focada fora dos EUA.
Nosso histórico mostra que reprimimos o abuso no exterior com a mesma intensidade que
aplicamos nos EUA”, acrescentou o representante.

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