Superaventuras Marvel n°162

Na última matéria vimos o surgimento do Justiceiro, família assassinada em um parque público nos EUA, todos mortos. O que mais poderia surgir de um Frank Castle ex-boina verde oriundo da guerra do Vietnã.

O que ele havia deixado para trás, a guerra voltou de outra forma, voltou para assombrar sua nova vida com sua família. Essa guerra levou seus entes queridos, agora ele se preparou para essa mesma nova guerra, dessa vez urbana. A justiça nascia através do Justiceiro, pois Frank Castle havia morrido com sua família.

O Justiceiro ganhou vários títulos nas revistas da Superaventuras Marvel, seu principal armamento são as armas de fogo, arma branca, força física, lembrando muito as HQs de ação com muitas trocas de tiros e porradaria Seu visual um colante azul e branco, com uma caveira gigante no peito, a caveira indica a chegada da morte, da Justiça.. Mas o que sabemos desse começo é que nem sempre o Justiceiro era cruel com seus adversários. Ele apenas estava ali para cumprir o que tinha de fazer, desmanchar uma quadrinha, salvar um alguém do tráfico de drogas e até mesmo lutando contra alguns super vilões casca grossa. Se uma pessoa morrer injustamente, ele aparece para punir com mão de ferro. Nas histórias do personagem aquele que comete crime não tem perdão, para isso o Justiceiro atua à margem da lei, e por isso, conhecido como anti-herói.

Só a partir do escritor Garth Ennis, é que praticamente o Justiceiro passou a ter uma pegada mais adulta e seus desenhos passaram a ter sangue e violência explícita. Geralmente as histórias a partir daí seguem com tarja para maiores de idade de 16 ou até mesmo 18 anos, dependendo da história. As histórias, cada vez mais pesadas, violentas começaram a apresentar, e a focar em método de punição mais cruel do que se via em um bom roteiro de quadrinhos de super-heróis. Coisa que não ocorria nas hqs dos anos iniciais do personagem, que chega até mesmo a negociar com bandido, coisa que nas histórias atuais é difícil acontecer, geralmente todos malfeitores acabam morrendo.

Mãe Rússia por Garth Ennis

O justiceiro mesmo na década dos anos 1990 já era puro sucesso, teve dois filmes e uma série ao longo desses anos. Seus quadrinhos, sempre com ritmo de vingança e guerra, são a principal base filosófica para as suas histórias. O personagem fala pouquíssimas vezes suas histórias sempre com poucos balões, pois o foco na narrativa silenciosa traz um suspense, uma perseguição, onde alguém estará prestes a morrer.

Por muito tempo conhecemos a Marvel por suas histórias críticas, onde trás muito do contexto atual social das pautas globais e das vivências culturais das pessoas e também situações do cotidiano das pessoas, despertando no leitor uma breve reflexão dos acontecimentos da vida humana na tecnologia, política, religião, teorias filosóficas, cultura social entre tantos outros. Essa pegada “realista” levou muitos leitores a se identificarem com seu herói preferido ao longo dos anos. No nosso contexto atual, os heróis sofreram repaginação de seus contextos para serem inseridos no que vivemos nos tempos modernos, inseridos nos novos apelos sociais. A redução de balão e pensamentos nos quadrinhos uso de gráficos e diversos tipos de estilos de desenhos também.

O Homem-Aranha, universitário com problemas financeiros, Homem de Ferro, rico industrial em tecnologia e gênio, Hulk, ser de várias personalidades, nutrido de músculos e raiva, Thor, deus mitológico, Capitão América, protetor dos ideais ideológicos da liberdade e dos princípios americano. Sobra para o Justiceiro o ser policial, do exército, vingativo, másculo, homem resistente. As coisas que fazemos na vida real estão de modo ficcional canalizado, nas histórias em quadrinhos, arte da ficção, que imita a realidade.

. Cada pessoa a ler as histórias desses heróis pode acabar se identificando com as personalidades desses heróis, justamente por ser tão fiel a realidade ou com suas filosofias das quais vivem para combater o crime, logo, quem é da área policial ou afim, ao ler as revistas do justiceiro pode facilmente se identificar com o modo com que o Justiceiro nas histórias leva seu modo de vida para combater o crime. o personagem em quadrinhos, passa para o leitor homem uma sensação de poder, de ser sempre forte, de personalidade séria e de ser sempre absoluto e confiante.  Cada leitor pega para si o símbolo do seu herói preferido que lhe representa.

A febre das vendas de camisas de heróis duplicou e passamos a ver pessoas usando as camisas do Justiceiro com mais frequência, a do Justiceiro qual o símbolo é uma caveira, passou a quebrar um tabu, dificilmente víamos pessoas vestidas com uma blusa de uma caveira. Depois de sua série exibida na Netflix, o personagem ganhou notoriedade na cultura pop. Os policiais passaram a ser vistos com a camisa do Justiceiro. Muitos leitores começaram a procurar por histórias e filmes relacionados ao personagem.

Nos EUA (Estados Unidos da América) a invasão ao Capitólio levou a Marvel  a repensar sobre o símbolo do anti-herói mais famoso da editora.

A invasão ao Capitólio dos Estados Unidos aconteceu no dia 6 de Janeiro de 2021, depois de partidários do presidente Donald Trump terem sido convocados. Muitas pessoas reuniram-se em Washington DC para protestar contra o resultado da eleição presidencial de 2020, onde a esquerda americana ganhou. Tramp havia dito que existiu fraude nas votações e convocou seus apoiadores.

A invasão durou o dia todo, mas foi controlada pelos policiais. O Capitólio sofreu depredações por toda parte. Houve a morte de um policial e quatro manifestantes morreram. Muitas pessoas foram presas.

O próprio presidente americano provocou a reação dos seus eleitores para ir ao Capitólio. Alegava que havia fraude nas eleições e se ele perdesse não mais teria um país. Disse assim Tramp aos seus apoiadores: “Nós lutamos como o inferno. E se vocês não lutarem como o diabo, vocês não vão ter mais um país”.

Após o discurso do presidente americano baseados em teorias da conspiração, os manifestantes chegaram ao congresso que estava acontecendo à sessão, uma contagem de votos do Colégio Eleitoral da eleição de 2020 que também debatia sobre o senador Ted Cruz do Texas e o congressista Paul Gosar do quarto distrito congregacional do Arizona que opuseram à contagem dos votos do colégio eleitoral do Arizoana.

Também foi alertado a polícia que dispositivos de bombas foram colocados em sedes dos partidos democratas e republicano, mas a polícia conseguiu desarmar e um homem foi preso. O curioso era que agentes da lei eram vistos como apoiadores pró-Tramp nesse movimento, que tinham como slogans “vidas azuis importam”. Havia infiltrações de policiais, coisa que facilitou a invasão ao capitólio, no mínimo foi descoberta envolvimento de treze agentes da policia.  Entre os invasores tínhamos militantes da supremacia branca, grupo composto por homens, Um deles lembrava muito o Bazuca inimigo do Demolidor, que tinha no rosto pintado à bandeira do país americano. O grupo “Proud Boys” grupo masculino de extrema direita participou também desse movimento, e Richard Barnett ligado ao movimento a favor das armas.

https://www.poder360.com.br/
Bazuca, imagem-Google

Logo depois o Biden fez pronunciamento no Estado de Delaware onde disse que o ato de Tramp era um ataque à liberdade e à cidadania. Tramp pediu em seguida para seus apoiadores irem para casa em paz, depois do ocorrido.

Tramp durante seu governo estimulou vários ataques à homofobia, 180 para ser mais exato. Mediante isso um grupo chamado de “gays for Tramp” tenta amenizar os ataque carregando a bandeira do arco-íris, porem a bandeira estava junto ao símbolo nazista durante a insurreição no capitólio. A comunidade LGBTQ logo questionou a atitude de acusá-los de estarem participando do movimento. Deputados relacionados à Tramp também tentaram acusar o movimento Antifa (antifascista) como organizadores do levante ao capitólio, mas nada foi constatado pelo FBI.

Até alguns participantes famosos estavam presentes nessa insurreição, o guitarrista Jon Schafer da banda de heavy metal Iced Earth, professores bem conceituados Rick Sacoone da Escola de Saint Vincent e, como vimos, muito envolvimento de policiais infiltrados e participando do ato. Muitos desses policiais e pessoas estavam usando um símbolo bem conhecido nas histórias em quadrinhos da Marvel.

Não é o Fim…

 

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