Para entendermos como as histórias em quadrinhos do Homem-Aranha tomaram formas e dinâmicas dentro dais mensais de hoje, é necessário compreender como se deu suas primeiras publicações por diversas editoras brasileiras, que introduziram esse gênero no país. Compreendendo esse passado poderemos tomar juízo, e julgar qual o melhor formato de revista em quadrinhos que já tivemos, compilando as histórias dos nossos heróis, que queremos guardar em nossas estantes e coleções.

O que vou lhes apresentar aqui vem de origem da minha própria coleção do espetacular Homem-Aranha, que ainda está sendo completada. Assim também como aquisição de livros relacionados ao mesmo e ao gênero de super-heróis. Pode ser que alguns tenham ficado de fora, mas temos nesse resumo a base para podermos entender como que os formatos das HQ’s foram moldando-se ao longo de mais de um século. As principais mudanças nas mensais do aranha revelam um marco histórico no crescimento e na modernização das historias em quadrinhos.

Naquele tempo as histórias em quadrinhos eram publicadas em tiras de jornais em preto e branco, isso ainda por volta do último quartel do século XIX, trazia tirinhas de vários tipos de personagens que iam surgindo ao longo dos anos, de acordo com que o tempo passava modernizava-se cada vez mais os estilos de desenhos e de suas histórias, desde personagens como “o garoto amarelo” personagens mais infantis a personagens focados um pouco mais no público juvenil, como os de aventuras, conhecidos como: Tarzam, Mandrake entre muitos outros. Segundo Marco M. Lopoi diretor de publicações da panini Europa e América Latina citou na coleção de tiras do Homem-Aranha que:

A tira de jornal, ou daily atrip, como a página dominical, é o ponto zero dos gibis ocidentais, o elo entre as charges e a narração por imagens, a semente da qual germinaram os gibis, as revistas com quadrinhos, as graphic novels e todo o universo de ficção desenhada que nos acompanha a maturidade e além.

Marco M. Lopoi

Imagem 0 – Tiras de jornal do Homem-Aranha de (1977-1979)

Fonte: as tiras do Homem-Aranha vol1

Na imagem acima encontramos algumas tiras de jornais das aventuras do Homem-Aranha, publicadas entre os anos de 03 de janeiro de 1977 a 28 de janeiro de 1979. Todas as tiras foram compiladas em dois volumes pela Panini comics Brasil e atualmente relançada em capa dura. Cada história trás diversos títulos, nessa pagina o titulo é sobre o Doutor Destino.

Algo que podemos observar nessas tiras de jornais é o desenho, como no jornal os desenhos eram praticamente difíceis vir em cores, destacam-se as sombras, as linhas dos desenhos, e o leitor foca mais na leitura. Os quadros eram pequenos, mas apesar de tudo havia a riqueza de detalhe nos desenhos realistas, que também enxiam os olhos do leitor da época com a maravilha dos traços. Os balões sempre preenchidos com muitos diálogos. Ao fim de cada arco vinha nos últimos quadros às assinaturas dos produtores, nesse caso, Stan Lee e  do senhor John Romita.

Até o final de 1920, as tiras de jornais tinham como marca registrada, o trabalho com humor. Alguns ficaram nos pulps outros continuaram nas páginas de revistas em quadrinhos. Porém existiram aqueles que surgiram nos programas de rádio, e que sumiram com o tempo, pouco ou nunca mais se ouviu falar deles.

Dessa forma surgiram os heróis mais populares que foram feitos para histórias em quadrinhos e que muitos deles conhecemos até os dias de hoje. Com o esquecimento dos heróis de aventura, surgiu o primeiro super-herói com superpoderes, com roupas coloridas e exóticas, seu nome era: Superman. Começava aqui o período conhecido como Era de Ouro dos super-heróis. No início da era moderna, aqui no Brasil entre os anos de 1930 a 1950.

Superman trouxe mudanças radicais para o comercio de indústria de quadrinhos, era colorido, voava tinha super força, e era tão rápido quanto uma bala. Tudo isso enchia os olhos do público e chamava sua atenção, nas bancas não faltavam revistas do gênero, cada super-herói com suas particularidades e temas atraentes. Segundo Alexandre Calllari no livro Universo dos Super-heróis, menciona o sucesso dos quadrinhos nas bancas, ele diz que:

“O sucesso do Superman foi tamanho, que detonou uma nova tendência e em pouco tempo as bancas estavam inundadas de novas revistas em quadrinhos (trazendo material inédito) e centenas de novos personagens.”

O tamanho do sucesso do homem de aço foi tão grande que as bancas ficaram atoladas de revistas de super-heróis. Algo que mexia com a imaginação dos jovens e das crianças, era talvez o desejo de voar, de ser livre e forte podendo vencer qualquer mal. Nessa época surgia as editora Marvel e DC, porem com outros nomes; uma se chamava Timely e a outra National Allied Publications.

Em pouco tempo os heróis estavam não só mais em jornais mais também em revistas periódicas populares. Os jornais ajudaram muito a difundir a novidade. Na época da editora Ebal tinham histórias em quadrinhos em formato magazine com capas coloridas e desenhos em preto e branco. Na Bloch e RGE os gibis almanaque e super almanaques às vezes possuíam lombadas, mas mesmo assim coloridas ou não produzidas em papel jornal, lombada canoa com grampos ou lombada quadrada com cola especifica para não estragar o papel. Suas histórias vinham com começo em numeração sequenciada, mas raramente terminava em outra numeração de outro título, motivo pelo qual comprar um encadernado hoje capa dura pode prejudica a leitura, e o leitor passa a não aproveitar cem por cento de toda a história criada para aquele momento no universo dos personagens em geral, de um determinado evento. Mas vamos deixar essa discussão para mais adiante que ainda não será o nosso foco principal.

No início as revistas vinham com muitas propagandas e com algumas informações de curso. Poderia ser preto e branco ou colorido em papel jornal, também em um formato maior como os gibis, que passamos a conhecermos pela editora abril. Com o passar dos anos as minisséries especiais eram lançadas pela editora abril jovem em formato americano e papel revista, com a gramatura fina, mais que ainda colorida e resistente ao tempo. A exemplo temos a clássica minissérie da “A ultima Caçada de Kraven”.

 

Continua…

 

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