Olá caro leitor, tudo bem, espero que sim. É nessa matéria que conheceremos as estruturas das publicações de histórias de super heróis das editoras Bloch, RGE e da Abril Jovem. Apesar de ser um resumo, a partir daqui sua concepção de quadrinhos em relação aos formatos das revistas mudará, se você não conhecia ou nunca viu falar sobre o assunto.
BLOCH
A editora Bloch foi fundada em 1952, e em meados da década de 70 a Bloch passou a publicar as histórias em quadrinhos de Super-heróis Marvel em formatinho colorido. Sendo assim criou o clube do Bloquinho pelo o artista que se vestia de Capitão Aza, o autor Wilson Vianna.
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Na edição de número 05 do Homem-Aranha publicada pela Bloch, veio em formatinho de tamanho 13×21. Passou a ter poucas propagandas e tornou-se mais voltada ao gênero de super-heróis. Na imagem acima temos o idealizador do clube do bloquinho, o capitão Aza fechando acordo com o diretor do clube. Uma parceria que visava mais audiência ao capitão, seus programas eram exibidos na TV Tupi do Rio, no canal 6 às 16h.
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Como podemos observar a Bloch tinha um jeito discreto de inserir outros personagens Marvel na mesma revista. Quanto a divulgar as histórias dos outros heróis. Os quadros apresentava uma narrativa sequencial com bastante balão. Você lia e quando chegava ao final éramos interrompidos com um: “oi turma já estou nas bancas, numa revista com um novo formato e de cores espetaculares, e tem cada histórias… leia capitão américa”
Todas as histórias nesta edição 05 da Bloch não tiveram histórias de outros heróis, apenas leves propagandas de outras revistas de super- heróis Marvel. Algumas no meio das lutas, e outras dedicadas em uma pagina especifica. Um detalhe a ser observado são as paginas que são rigorosamente numeradas.
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Como vimos os tamanhos das revistas da Ebal eram de um formato relativamente grande, que lembrava até uma pagina de jornal. Quando entra a Bloch como editora, adotou-se o famigerado formatinho. Esse tipo de formato era bem mais econômico, os papéis ainda aparentemente sendo de jornal mais coloridos. Devemos lembrar aqui que mesmo coloridos vários erros aconteceram com os uniformes de vários personagens por conta da colorização.
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Embora a Bloch tenha sido uma editora que aderiu ao novo formato, onde ficaram conhecido os gibis brasileiros, saindo do preto e branco para colorido, sofria com as faltas das colorizações. Muitos dos personagens já foram publicados com cores diferentes; a exemplo temos o Fantasma de cor roxa, mas que saia nas revistas de cor vermelha. Reparemos na capa da revista de número cinco da Bloch, publicação do Homem-Aranha, os seus inimigos tem as cores das veste bastante coloridas, sem estilo. Cada uma com uma cor diferente adaptada, isso se dar por conta das impressões precárias da época. Em muitas edições dessas o símbolo da aranha nas costas do nosso herói não tinha o vermelho para destacar, sendo assim ficando tudo em azul.
RGE (Rio Gráfica Editora)
A Rio Gráfica editora passou a publicar as histórias do Homem-Aranha e de alguns heróis Marvel nos anos 80. Além do aranha publicava as histórias do Hulk, Quarteto Fantástico também. Os estilos de suas publicações de Gibis eram o mesmo da editora anterior, a Bloch. Mesmo tamanho, porém passou a publicar os gibis intitulados de Superalmanaque e Almanaques com lombadas quadradas, o estilo canoa como era de costume saia periodicamente.
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Acima, revista da editora RGE medindo 13,5×20,5. Os desenhos a partir daqui passaram a ser um pouco mais dinâmicos. Histórias bem mais criativas e desenroladas. Inclusive a editora publicou as tiras de jornais do aranha, muitas delas em seus almanaques.
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A revista trazia atrativos para os leitores. Jogos para achar os 7 erros ou desvendar o caminho. Cada jogo era baseado no tema do herói ou de um vilão, envolvendo o passatempo de todos numa diversão só. Além disso, tinha as tiras de humor que vinham sempre ao final, como podemos observar na imagem 04 do recruta zero, esses em três quadros servia mais de propaganda para a revista do personagem. Assim como nos almanaques a pequena diferença das revistas periódica, era que não vinham com os jogos, mas as velhas propagandas de anúncios de chocolate, do Mocotó e de desenhos animados que ganharam histórias em quadrinhos, como é o caso dos os Jackson, Scubidu, Manda-Chuva, Zé colmeia entre tantos outros desenhos da TV da época. O almanaque ou o Superalmanaque poderia vir com uma história ou duas de personagens diferentes mais do mesmo universo Marvel. Nesse almanaque número 1 do Homem-Aranha temos ainda o encontro do Tocha-Humana e Homem de Ferro agindo juntos em parceria.
O que podemos nos atentar até os dias de hoje nas edições da REG em relação a editora Panini, é o corte de uma história para outra. Os jogos nas revistas da RGE serviam de intervalo entre uma história e outra. Na Panini o que há é apenas uma capa anterior as histórias e muitas vezes sem informação dos escritores e desenhistas. O estilo atual da Pannini cita apenas de forma geral os artistas na capa; outro detalhe são os números que a Panini não tem nas folhas de suas HQ’s. Ao contrário das outras editoras que rigorosamente apresentava suas paginas devidamente numeradas.
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ABRIL JOVEM
A editora Abril jovem foi criada em 1950 por Cesar Civita que publicava quadrinhos Disney. Com a modernização das impressoras novos rumos surgiam para as revistas de super-herói. Quando a abril lançou a edição número 1 do aranha tinha tamanho de 13×19, muito pequena em relação as publicações anteriores. Essa primeira edição trazia histórias do Cavaleiro da Lua e da Mulher-Aranha. Os comerciais que não eram relacionados à cultura pop foram quase todos extirpados.
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Ao lado quadros de propagandas discretas de tody e chiclete ping-pong. Muitas dessas primeiras edições saíram em lobada quadrada, que na estante dava uma visão melhor que as lombadas canoas, que geralmente são posta deitadas para não estragar.
Porem Ateia do Aranha começou com outro formato. Um que lembrava a EBAL no início das publicações. De largura tinha 21 cm, e na altura media 27,5 cm. Formato colorido. Um luxo a preço de 10 (Dez) cruzados. Simplesmente chamava muita atenção também pelos desenhos e roteiro de Stan Lee e Johnny Romita.
A revistinha vinha com uma espécie de check liste, de algumas HQ’S dos heróis Marvel que já estavam sendo publicadas. Capitão América e Hulk nesta edição.
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De fato as revistas da editora Abril jovem as cores foram bastante melhoradas e a ideia do tamanho era ousada. Porem a Ateia do Aranha nesse formato durou apenas ate o número 4.
A editora Abril jovem quando pensou em lançar suas revistas em quadrinhos de super-heróis já tinha decidido que seria em preto e branco, no entanto recebeu cartas e proposta dos leitores que mantivesse os gibis coloridos. Para nossa alegria a editora atendeu ao leitor fã, e publicou suas revistas em quadrinhos em cores. (Graças a Deus), mas mesmo assim ainda em papel jornal. Só anos mais tarde que em minisséries especiais publicaria esses títulos em formato americano. A partir daqui cria-se a expectativa de que os gibis brasileiros teriam a atenção que deveria. Pois nos EUA suas publicações já eram em papel revista e em cores. Quando esse modelo chega ao Brasil já seria no século 21 pela Panini, logo após os sucessos dos filmes no cinema. Carta da Editora Abril diz assim:
RECADO AO LEITOR:
Quando o projeto A teia do Aranha chegou à sua fase final, a editora Abril já tinha decidido o formato da revista, o número de páginas e a quantidade de histórias por edição. Também já havia sido feita a opção pela arte em preto e branco. Entretanto, quando divulgamos o projeto em nossas revistas, os leitores se manifestaram imediatamente, através de cartas e telefonemas, elogiando, porem, solicitando que o lançamento fosse em cores. Como o nosso compromisso é com o publico, providenciamos alterações de ultima hora a revista manteve todas as suas características iniciais, só que chegou até você colorida. Agradecemos a todos os leitores que colaboraram com sugestões e esperamos que os apreciadores de quadrinhos, especialmente do Homem-Aranha, continuem acompanhando A teia.
Até o próximo mês…
Sadika Osmann- Editora
Portanto desde século passado que a expectativa dos leitores e amantes de quadrinhos sonhavam em um formato colorido. Porem quase que a Abril retrocedia em sua nova produção de revista do aranha, e com certeza dos outros personagens. Infelizmente o Brasil teve as produções de quadrinhos em papel jornal, preto e branco. Levando aos leitores atuais e antigos reféns dos relançamentos caríssimos da atual editora. Além disso é possível que jamais veremos uma historinha na qual gostamos sendo relançada em papel colorido, uma vez que atualmente o foco são nos escritores, que melhor escreveram, e por conta dos “gibitubers”, que cada vez mais leva ao consumo desenfreados de encadernados capa dura caríssimos em vendas pela amazon. Assunto que falaremos na parte de editora Panini.
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O tão sonhado formato americano chegaria a nossas mãos no inicio dos anos 2000, na região sudeste lançada em agosto de 2000 e nas demais em outubro de 2000. Quando a editora Abril decidiu evoluir mais um pouco os design, e trouxe o famigerado formato americano, o Brasil ainda sofria com sua economia, embora o real tenha sido lançado em 1994, para resolver o problema econômico, o salario custava mísero 151,00 (cento e cinquenta e um reais). Ou seja, o poder de compra do Brasileiro não era lá essas coisas. Muitas bancas reclamaram do valor, algumas que dependiam dos quadrinhos faliram.
Medindo 17×26, cm a nova revista premium era o sonho de qualquer colecionador, obtinha o tamanho de um livro colorido, suas paginas coloridas em papel revista, capa cartonada e lombada quadrada. Um show de cores que simplesmente deu outra cara aos quadrinhos. O desenho parecia saltar aos olhos do leitor. O que era para ser um sucesso de vendas foi um tiro pela culatra. A revista passou a ser mais cara, custava 9,90 (nove reais e noventa centavos). O preço da revista para época deixaria vários leitores desanimados, afinal o salario nessa época era abaixo dos 200 reais, e a economia do país não era lá essas coisas.
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Ainda no início dos anos 2000 tínhamos uma combinação mais moderna ainda produzida pela editora abril jovem, que compilava as revistas dos super-heróis Premium da Marvel e DC comics. As revistas produzidas em papel revista coloridas com 160 páginas e seis histórias trazia aventuras de Thor, Vingadores, Homem-Aranha, demolidor, justiceiro, pela Marvel; pela DC em uma única revista trazia as aventuras de Batman, Superman, Mulher Maravilha etc.
O porem desse formato americano não ter dado certo no inicio foram justamente os preços. Apesar de compilada com histórias dos principais heróis de suas respectivas editoras, cada qual com seus títulos compilados, foram à brusca mudança de preço que levou a muita gente deixar de comprar quadrinhos. enquanto o gibi custava seus míseros R$: 2,50 a R$: 3,50 a nova serie Premium passou a custar R$: 9,90.
É nesse estante que entra a editora Panini comics e reproduz suas histórias em papel jornal de preço a partir de R$: 6,50. Acredito que a partir do ano de 2004.
Porém é após o primeiro filme dos Vingadores nos cinemas em 2012, que os quadrinhos passam a ter uma visão mais luxuosa no formato encadernado, através dos relançamentos das histórias que antes fora publicadas em papel jornal. O papel da vez é o coche de boa gramatura, brilhoso, a capa dura e com bastante verniz dava outra perspectivas aos quadrinhos. Tomava o formato de um livro, consequentemente bem mais caro.
Formaram-se assim os quadrinhos em formato de livro ilustrados em capa dura. Posteriormente o formato capa cartão vão ser mais baratos com papel coche colorido, lombada quadrada, contendo as histórias em sequência sem precisar continuar em outra de outro personagem. Esse formato de gibi, aqui no Brasil se propagou mais por causa das reclamações e de debates em canais de mídia como you tube, entre os principais canais de colecionadores de quadrinhos como: 2quadrinhos; comic zone; Pipoca e Naquim; Central hq; Ministerio dos quadrinhos entre muitos outros.
Gostou? então não perca a última parte, que falaremos da Panini e dos encadernados capa dura e capa cartão, além dos novos formatos das mensais. até a próxima jovem mancebo!
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