Sinopse:

Na França, nas décadas anteriores à Revolução Francesa, Jean Calas, um comerciário protestante da cidade de Toulouse, foi acusado de assassinar o filho, que queria se converter ao catolicismo. A sentença foi a pena de morte, e a execução no suplício da roda, sob tortura – ocorreu em 1762. Voltaire, convencido da inocência do condenado, denunciou a injustiça e escreveu ‘Tratado sobre a tolerância’, texto com o qual iniciou uma campanha para sua reabilitação. O caso ganhou proporções enormes, transformando-se numa triste metáfora dos conflitos religiosos que há séculos grassavam no país. Graças à repercussão deste libelo, em 1765, Jean Calas foi postumamente inocentado. O filósofo iluminista faz um apelo em prol do respeito aos credos e da liberdade religiosa. Escrito em 1763, o livro revela-se uma reflexão sobre o sistema judiciário, sobre a responsabilidade dos juízes e sobre os efeitos perversos que as leis podem ter.

Autor: François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire.

 

Nasceu em Paris, 21 de novembro de 1694. Faleceu em Paris, 30 de maio de 1778. Foi escritor, ensaísta, deísta e filosofo iluminista (dito como um dos maiores iluministas) Francês.

Reconhecido pela sua perspicácia e espiritualidade na defesa das liberdades civis, religiosa e livre comercio. Dentro dos muitos ícones do iluminismo cuja obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da revolução Francesa quanto da Americana. Voltaire cunhou aproximadamente 70 obras em todas formas literárias, teatro, romances, peças de teatro, ensaios, obras históricas e cientificas, mais de 2 mil livros e panfletos e o número esmagador de 20 mil cartas.

Defendeu ferrenhamente da reforma social apesar das rígidas leis de censura e severas punições para quem as quebrasse. Polemista satírico, Voltaire repetidamente usou suas obras para criticar a igreja católica assim como as instituições francesas do seu período. Ganhou destaque por endereçar duras críticas aos reis absolutistas e aos privilégios do clero e da nobreza. Por falar o que pensa, foi preso duas vezes e, para escapar de uma nova prisão, mudou-se para Inglaterra. Conselheiro de alguns reis, como Frederico II, o grande, da Prússia, um déspota esclarecido.

Curiosidade sobre sua morte;

Voltaire morreu em 30 de maio de 1778. A revista lhe exalta como “o maior, o mais ilustre e talvez o único monumento desta época gloriosa em que todos os talentos, todas as artes do espírito humano pareciam haver se elevado ao mais alto grau de sua perfeição”.

A família quis que seus restos repousassem na abadia de Scellieres. Em 2 de junho, o bispo de Troyes, em uma breve nota, proíbe severamente ao prior da abadia que enterre no Sagrado o corpo de Voltaire. Mas no dia seguinte, o prior responde ao bispo que seu aviso chegara tarde, porque – efetivamente – o corpo do filósofo já tinha sido enterrado na abadia. Livros históricos afirmam que ele tentou destruir a Igreja a favor da maçonaria.

A Revolução trouxe em triunfo os restos de Voltaire ao Panteão de Paris – antiga igreja de Santa Genoveva -, dedicada aos grandes homens. Na escura cripta, frente a de seu inimigo Rousseau, permanece até hoje a tumba de Voltaire com este epitáfio:

“Aos louros de Voltaire. A Assembleia Nacional decretou em 30 de maio de 1791 que havia merecido as honras dadas aos grandes homens”.

Seu legado

Voltaire introduziu inúmeras reformas na França, como tolerância religioso, tributação proporcional, liberdade de imprensa, redução dos privilégios da nobreza e clero. Como filosofo, foi o porta voz dos iluministas. Sem exagero, Voltaire foi o homem mais influente do século XVIII. Suas obras foram lidos por toda a Europa e vários monarcas se aconselhavam.

Voltaire – Pantheon/Paris

 

Minhas reflexões da obra: Tratado Sobre a Tolerância

 

Nessa obra Voltaire convida à tolerância entre os religiosos, atacando diretamente o fatalismo religioso. Também endereçado aos jesuítas onde havia estudado quando jovem. E onde apresenta um requisitório contra as superstições ligadas aos religiosos.

Voltaire escreve esta obra como uma forma de indignação contra um julgamento sem-escrúpulos. Os Juízes de uma cidade de interior sentenciam a morte um homem inocente por simples motivos religiosos.

“Jean Calas pertencia a uma família protestante huguenote, com excepção da empregada, católica, e do seu filho, uma vez convertido. Depois do suicídio do seu filho, Jean Calas foi acusado de homicídio voluntário. A família é presa, e o pai, a pedido da população e segundo ordem de oito juízes, é condenado à pena de morte mesmo na ausência de provas. De notar o contexto histórico durante o qual se realiza o processo então profundamente marcado pela guerra das religiões francesas dos séculos anteriores.”

“Depois da execução de Jean Calas, que sempre gritou a sua inocência, o processo é aberto de novo em Paris e a família Calas reabilitada.”

Submetem esse homem já idoso a fortes torturas e depois a súplica da roda até seu falecimento. A sua esposa é banida seu filho mais novo é obrigado a entrar para um convento. Tudo isso porque acusaram este homem de matar seu próprio primogênito. Voltaire levanta a discussão dessa acusação errônea por motivos religiosos. Visto que essa família é protestante e foi atribuído isso ao jovem que morreu. Ele iria converter para o catolicismo abandonando o protestantismo. Porém, ele é encontrado morto. Uma multidão acusa o próprio pai de matar seu filho para assim evitar esta conversão.

O que é um absurdo e Voltaire nos mostra como procedeu, juízes agindo com rigor religioso. Ele apresenta várias criticas a sociedade atual da época e da passada. Destrincha o velho testamento em busca de tolerância e o novo. Explana os antepassados gregos e romanos em busca da tolerância. E conclui que as sociedades passadas eram mais justas do que a atual, simplesmente pelo fato que a religião não intromete em um julgamento.

Visto que o acusado nem pode ter advogados e muito menos uma defesa. Foi acusado de culpado, submetido a tortura para confessar algo que não fez e sentenciado a morte. O caso foi parar na mão do rei e juízes superiores revogaram e deram absolvição para a família já destruída.

Este livro é muito atual. Nos faz refletir e pensar em que sociedades vivemos ou queremos viver. Ele apresenta vários relatos de épocas e criticas ao fanatismo religioso.

          “O direito da intolerância é, portanto, absurdo e bárbaro; é o direito dos tigres, sendo bem mais horrível também, porque os tigres dilaceram suas presas para comer, enquanto nós nos exterminamos por causa de alguns parágrafos.”

Frases de Voltaire:

“Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas. ”

“Os homens erram, os grandes homens confessam que erraram.”

“É mais claro que o sol, que Deus criou a mulher para domar o homem.”

“Uma discussão prolongada significa que ambas as partes estão erradas.”

“Todas as grandezas do mundo não valem um bom amigo.”

“Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano.”

“A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo.”

“Todo o homem é culpado do bem que não fez.”

“O trabalho poupa-nos de três grandes males: tédio, vício e necessidade.”

 

 

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