Sem duvidas o gênero mais atraente da literatura é ficção cientifica (posso dizer que minha opinião carrega uma paixão própria).  Esse seguimento da literatura lida com conceitos ficcionais e imaginativos, entrelaçado com o futuro, tendo como pilar central, a ciência e tecnologia, seus impactos, influências e consequências em sociedades imaginadas, e até em indivíduos, tendo inicio no século XIX. Um nome elegante também é dado; Literatura das Ideias. Pois, até então a literatura romântica, sobrenatural, e recorrente como a fantasia eram reinantes. Porém, esse novo seguimento literário baseia-se em fatos científicos e reais para compor enredos ficcionais. Muitas obras vem sendo produzidas desde então em todo globo terrestre. São quase 150 anos de livros imaginando futuros e alguns já retratam nosso passado e presente, incrível, não?

Sem mais enrolação, trago aqui nessa matéria uma pequena lista com cinco livros da amada ficção cientifica que chegaram aos cinemas. Deixo claro que não é ranking. As escolhas partiram do meu gosto pessoal.  Espero que gostem, caso ainda não tenham visto nenhum citado ou não leram, corram que ainda da tempo. Vamos aos cinco honoráveis exemplos:

 

1 – Contato – Carl Sagan

 

Como reagiríamos ao travar contato com uma civilização extraterrestre? Sobre essa incógnita, Sagan tece uma história que indaga acerca do encontro entre os homens e do indivíduo consigo mesmo.

Contato com extraterrestres não é sinônimo de homenzinhos verdes desembarcando de um disco voador. É muito mais: sinais captados num radiotelescópio podem conter mensagens capazes de nos fazer repensar toda a nossa concepção da vida e do universo. Esse é o ponto de partida de Carl Sagan, que, aliando as tensões da melhor literatura ao conhecimento científico mais avançado, compõe um romance que pode provocar em nós todas as reações – menos a indiferença.
Em Contato, o que está em jogo é o mundo tal como o conhecemos. Como quem faz uma aposta, Sagan nos convida a uma viagem assustadoramente fascinante pelo buraco negro que é a inteligência humana.

 

 

 

 

2 – Blade Runner: Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? – Philip K. Dick

 

Inspiração para um dos maiores clássicos do cinema, dirigido por Ridley Scott, este romance é de autoria do prolífico e revolucionário Philip K. Dick, um dos maiores expoentes da contracultura na ficção científica durante as décadas de 60 e 70. Rick Deckard é um caçador de recompensas, vivendo em uma San Francisco decadente, coberta pela poeira radioativa que dizimou inúmeras espécies de animais e plantas. Um novo trabalho pode ser o ponto de virada para melhorar seu padrão de vida e realizar seu sonho de consumo: uma ovelha de verdade, para substituir a réplica elétrica que ele cria em casa. Para isso, Deckard precisa perseguir e aposentar seis androides que estão foragidos, se passando por humanos. Mas as convicções do detetive podem mudar quando percebe que a linha que separa o real do fabricado não é mais tão nítida quanto ele acreditava. Em Androides sonham com ovelhas elétricas?, título original deste livro, Philip K. Dick cria uma atmosfera sombria e perturbadora para contar uma história impressionante, e abordar questões filosóficas profundas sobre a natureza da vida, da religião, da tecnologia e da própria condição humana. Esta nova edição conta com capa ilustrada por Rafael Coutinho, com design de Giovanna Cianelli. A cena imaginada por Coutinho homenageia o filme e retoma o ar policial noir do romance, ao mesmo tempo em que explora a atmosfera de dúvida e segredos presente na obra de Dick.

 

3 – Eu, Robô – Isaac Asimov

 

Um dos maiores clássicos da literatura de ficção científica, Eu, Robô, escrito pelo Bom Doutor, Isaac Asimov foi publicado originalmente em 1950. O livro serviu como base para o roteiro do filme homônimo, no qual Will Smith interpreta o protagonista, o detetive Del Spooner. Porém, a obra é bastante diferente da história apresentada nas telonas. Eu, Robô é um conjunto de nove contos que relatam a evolução dos autômatos através do tempo. É neste livro que são apresentadas as célebres Três Leis da Robótica: os princípios que regem o comportamento dos robôs e que mudaram definitivamente a percepção que se tem sobre eles na própria ciência. Eu, Robô inicia-se com uma entrevista com a Dra. Susan Calvin, uma psicóloga roboticista da U.S Robots & Mechanical. Ela é o fio condutor da obra, responsável por contar os relatos de seu trabalho e também da evolução dos autômatos. Algumas histórias são mais leves e emocionantes como Robbie, o robô baba, outras, como Razão, levam o leitor a refletir sobre religião e até sobre sua condição humana. A edição traz um posfácio escrito pelo próprio autor sobre sua história de amor com os robôs, tão comuns em sua obra.

 

 

4- Uma Odisseia no Espaço – Arthur C. Clarke

No alvorecer da humanidade, a fome e os predadores já ameaçavam de extinção a incipiente espécie humana. Até que a chegada de um objeto impossível, além da compreensão das mentes limitadas do homem pré-histórico, prenunciasse o caminho da evolução. Milhões de anos depois, a descoberta de um enigmático monolito soterrado na Lua deixa os cientistas perplexos. Para investigar esse mistério, a Terra envia para o espaço uma nave tripulada por uma equipe altamente treinada, assistida por um computador autoconsciente. Do passado distante ao ano de 2001, da África a Júpiter, dos homens-macacos à inteligência artificial HAL 9000, penetre a visão de um futuro que poderia ter sido, uma sofisticada alegoria sobre a história do mundo idealizada pela mente brilhante de Arthur C. Clarke e imortalizada nas telas do cinema por Stanley Kubrick.

 

 

 

5- Neuromancer – William Gibson

 

O Céu sobre o porto tinha cor de televisão num canal fora do ar. Considerada a obra precursora do movimento cyberpunk e um clássico da ficção científica moderna, Neuromancer conta a história de Case, um cowboy do ciberespaço e hacker da matrix. Como punição por tentar enganar os patrões, seu sistema nervoso foi contaminado por uma toxina que o impede de entrar no mundo virtual. Agora, ele vaga pelos subúrbios de Tóquio, cometendo pequenos crimes para sobreviver, e acaba se envolvendo em uma jornada que mudará para sempre o mundo e a percepção da realidade. Evoluindo de Blade Runner e antecipando Matrix, Neuromancer é o romance de estreia de William Gibson. Esta obra distópica, publicada em 1984, antevê, de modo muito preciso, vários aspectos fundamentais da sociedade atual e de sua relação com a tecnologia. Foi o primeiro livro a ganhar a chamada “tríplice coroa da ficção científica”: os prestigiados prêmios Hugo, Nebula e Philip K. Dick.

 

 

 

 

 

Existem ainda inúmeros livros que ganharam o brilho na tela do cinema. Nas próximas matérias vou trazer mais. Preciso, mais uma vez salientar que Neuromancer, Uma Odisseia no Espaço, Eu, Robô, Blade Runner e Contato são livros que revolucionaram a literatura de ficção cientifica e inspiraram inúmeros escritores a adentrarem nesse novo universo; além do cinema beber dessa fonte. São livros que podemos dizer, pilares centrais de novos mundos, os quais você precisa conhecer.  São livros que apresentam estudos sociológicos de comportamentos e a semelhança com a realidade não é mera coincidência. Eu amo livros de ficção cientifica e também os filmes que foram inspirados neles. Conhecer os precursores é fundamental.

Já participei de muitas discussões sobre como o livro é sempre melhor que o filme. Eu concordo com essa frase, mas não torno uma regra, uma coisa é certa: Quando estamos lendo um livro, nossa atenção é muito maior aos detalhes e criamos na nossa própria cabeça diversos momentos que muitas vezes têm que ser cortados na hora da adaptação cinematográfica. Afinal, quantas horas de duração teria um filme se fosse aproveitar tudo que tem em um livro de 400 páginas? Por muitos cortes em cenas, personagens e até modificações na história original os fãs tendem a afirmar que as adaptações cinematográficas nem sempre estão à altura dos livros. Quem leu Harry Potter e viu os filmes (cito os livros do bruxo por serem mais conhecidos) sabe muito bem quantas cenas importantes a adaptação do cinema cortou para a história se encaixar nos padrões das grandes telas.

No entanto, o cinema proporciona outro nível de conhecimento, mostrando essas magníficas obras para todos que ainda não as conheciam. Criando novos fãs que em grande parte vão para os livros, afim de conhecer mais todo universo. E, nosso objetivo aqui é esse, proporcionar a você, caro leitor, mais experiências no mundo da ficção cientifica.

 

 

 

Kleber I. Silva

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