Muito pouco se sabe sobre o povo viking (spoiler: a maior parte do que você acha que sabe é ficção), mas devagarinho, vamos preenchendo as lacunas: cientistas da Universidade de Oslo, na Noruega, estão celebrando a reconstrução de uma espada viking após duas partes dela serem encontradas por exploradores amadores – com um ano de diferença entre si.

Tudo começou em 2021, quando um caçador de tesouros encontrou um pedaço de metal sem muita aplicação prática visível, em uma fazenda na costa oeste norueguesa. Eis que, em 2020, outro pedaço foi encontrado por outro caçador – um amigo do primeiro, acredite se quiser. Este pedaço estava mais óbvio: uma espada longa, do tipo que se manuseia com duas mãos, cheia de detalhes e inscrições.

“Essa é provavelmente o que chamamos de ‘Tipo-D’, um dos tipos mais ornamentados, ricos e pesados de espadas da Era dos Vikings”, disse Ann Zanette Glørstad, arqueóloga da Universidade de Oslo, por meio de comunicado.

Segundo a especialista, a empunhadura da espada já estava sob os cuidados de especialistas, mas a lâmina estava perdida. Glørstad afirma que ninguém sequer cogitou a possibilidade de ela estar partida em dois pedaços.

 

Imagem: Deepeka/Repropdução

 

“Ainda é meio difícil enxergar todos os detalhes”, disse Glørstad, “mas os elementos decorativos incluem estilos animais da segunda metade da Idade do Ferro, bem como figuras geométricas de prata imbuídas em uma técnica conhecida como ‘niello’ – uma mistura de metal que foi adicionada em forma de faixas pretas por cima da prata”.

Apesar de muito da cultura viking ser automaticamente atrelada aos países nórdicos – Noruega, Finlândia, Suíça, Suécia, por exemplo -, Glørstad afirma que a espada provavelmente foi forjada na Inglaterra: segundo os poucos registros históricos, dinamarqueses vikings se assentaram na Saxônia (do que grande parte corresponde hoje à Alemanha) e Grã-Bretanha.

A especialista diz que peças similares foram encontradas em outras partes da Europa, incluindo uma espada bem parecida que foi desenterrada na Escócia. Para ela, a espada viking remontada pode interessar a outros especialistas por toda a Europa e deve também oferecer mais detalhes sobre as imigrações vikings antigas.

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