O ministro das relações exteriores da China, Zhao Lijian fez um desafio ao vice-primeiro-ministro japonês, Taro Aso, para que ele bebesse a água radioativa tratada da usina nuclear desativada de Fukushima. O desafio se deu por conta de uma declaração de Aso, que afirmou na semana passada que a água era segura para o consumo.
“Uma autoridade japonesa disse que está tudo bem se bebermos essa água, então, por favor, beba”, declarou Zhao a repórteres durante uma coletiva de imprensa concedida na última quinta-feira dia (15). O ministro chinês classificou a intenção dos japoneses de despejar a água armazenada em tanques da usina no mar como “totalmente injustificável”.
O Japão bateu o martelo de que realmente iria liberar esta água no mar dentro de dois anos, dando um passo à frente após mais de sete anos de discussões sobre seu destino. Esta água é usada para o resfriamento de combustível derretido.
Taro Azo foi primeiro-ministro do Japão entre os anos de 2008 e 2009 e desde 2012 acumula os cargos de vice-primeiro-ministro e ministro das finanças do país. Em uma coletiva concedida no mesmo dia do anúncio do destino das águas da usina, chegou a dizer que não haveria nenhum dano se bebessem a água tratada.
A doença de Minamata paralisa o sistema nervoso central e desencadeia defeitos congênitos e foi causada por água contaminada por mercúrio despejado no mar por uma fábrica de produtos químicos e foi reconhecida formalmente em 1956. “O Japão não deve esquecer a tragédia histórica”, disse Zhao.
Zhao Lijian chegou a classificar a declaração de Azo como sendo insensível, fazendo referência às vítimas de uma das quatro doenças poluentes enfrentadas pelo Japão. “A doença de Minamata no Japão aconteceu não muito longe e a dor das vítimas locais ainda não foi curada”, disse o político.
Para o ministro, o Japão precisa aguardar uma espécie de autorização de outras nações membros da Agência Internacional de Energia Atômica. Além da China, Coreia do Sul e Taiwan já se manifestaram contra essa destinação para a água de Fukushima alegando que isso prejudicaria o meio ambiente marinho, a segurança alimentar e a saúde humana.
Fonte: Futurism / Mainichi
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