Sinopse
Redigido no século IV, entre Antiguidade e Idade Média, as Confissões de Agostinho de Hipona são ainda hoje um livro surpreendente. Por um lado, pela densidade poética e pela originalidade da escrita, e por inaugurar o gênero da autobiografia como história da formação de uma personalidade, elas representam um marco único na história da literatura ocidental. Por outro, Agostinho elabora nelas uma nova maneira de fazer filosofia, estranha à tradição antiga, por ser baseada não apenas em conceitos abstratos e deduções, mas sobretudo na observação fina dos movimentos psicológicos, das motivações interiores e do significado de pequenos fatos e gestos cotidianos. O resultado é uma leitura incontornável para todos os que se interessam por filosofia, história ou religião.
Autor: Agostinho de Hipona
Aurélio Agostinho de Hipona, conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental. Foi bispo de Hipona, uma cidade na província romana da África. Agostinho “restabeleceu a antiga fé”.
Agostinho nasceu em 354 no município de Tagaste na província romana da Numídia. Sua mãe, Mônica, era uma cristã devota e seu pai, Patrício, um pagão convertido ao cristianismo no leito de morte. Estudiosos acreditam que entre seus ancestrais estavam berberes, latinos e fenícios, mas ele próprio considerava-se um púnico. Seu nomen, Aurélio, sugere que os ancestrais de seu pai eram libertos da gente Aurélia e que receberam a cidadania romana depois do Édito de Caracala (Marco Aurélio Antonino) em 212 e, portanto, a família já era romana do ponto de vista legal por pelo menos um século quando Agostinho nasceu.
Na primavera de 430, os vândalos, uma tribo germânica convertida ao arianismo, invadiram a África romana e cercaram Hipona. Agostinho, porém, já estava irremediavelmente doente. De acordo com Possídio, um dos poucos milagres atribuídos a ele, a cura de um doente, deu-se durante o cerco. Ainda segundo ele, Agostinho passou seus últimos dias em oração e penitência, com salmos pendurados nas paredes de seu quarto para que pudesse lê-los. Antes de morrer, ordenou que a biblioteca da igreja de Hipona e todos os seus livros fossem cuidadosamente preservados, e faleceu finalmente em 28 de agosto de 430.Logo em seguida, os vândalos desistiram do cerco, mas retornaram não muito depois e incendiaram a cidade, destruindo tudo menos a catedral e a biblioteca de Agostinho.
Agostinho foi canonizado por aclamação popular e foi depois reconhecido como Doutor da Igreja em 1298 pelo papa Bonifácio VIII.
Vamos ao livro e minha visão:
Está obra é de suma importância para qualquer leitor moderno, apreciar mesmo que não concorde com os aspectos da fé e da teologia de Agostinho.
“Existo, conheço e quero. Existo sabendo e querendo; e sei que existo e quero; e quero existir e saber. Repare, quem puder, como a vida é inseparável nestes três conceitos: uma só vida, uma só inteligência, uma só essência, sem que seja possível operar uma distinção, que, apesar de tudo, existe.”
Frases do autor:
“O orgulho é a fonte de todas as fraquezas, porque é a fonte de todos os vícios.”
“Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência.”
“Não basta fazer coisas boas – é preciso fazê-las bem”
“Não é tanto o que fazemos, mas o motivo pelo qual fazemos que determina a bondade ou a malícia.”
“O supérfluo dos ricos é propriedade dos pobres.”
“Sê humilde para evitar o orgulho, mas voa alto para alcançar a sabedoria.”
“Não é o suplício que faz o mártir, mas a causa.”
“Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser.”
“A angústia de ter perdido não supera a alegria de ter um dia possuído.”
“Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem.”
“Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no evangelho que você crê, mas, sim, em si mesmo.”
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