Imagem- 1 Capa da história em quadrinhos da editora Ebal título do Homem-Aranha n° 4, ano de 1969.
Como podemos ver a penas a capa era colorida tinha tamanho de 26x 18 de largura. Toda história era publicada em papel jornal e em preto e branco, como era publicada nas tiras dos jornais de quadrinhos logo no início. Como observamos na imagem abaixo:
Imagem- 2 Histórias em preto e branco
Na mesma revista vinha os anúncios publicados pela editora, apesar de ser uma história em quadrinhos lembrava muitos os formatos dos jornais justamente pelos montes de anúncios, misturados com os de super-heróis. Na imagem 3 observamos duas propagandas uma ao lado de outra.
A direita uma publicidade sobre estética do corpo físico para homens e mulheres, músculos detalhados para os homens e corpo magro e sarados para as mulheres. Ao lado todo em preto o símbolo do morcego como uma sombra, anuncia exemplares do Batman. Mesmo sendo histórias de quadrinhos, elas dividiam espaço com outras demandas publicitarias. O foco era usar as revistas em quadrinhos para anunciar novos produtos de todos os gêneros, uma vez que, no início do século XX com a República adentrou para os brasileiros a ânsia pela modernidade. Tanto nos objetos, como em praças e lugares, construção de prédio, mobiliários, e principalmente no estilo de vida.
Imagem- 3
Ainda na mesma revista de histórias em quadrinhos, mais propagandas, dessa vez de livros com histórias infantis, literárias, e de folclore brasileiro e estrangeiro. Esses livros poderiam ser em formato de bolso com texto simples. Ver na imagem 4.
Imagem- 4 propagandas da coleção Xuxuquinha
Ao final da revista, trazia quadros de humor relacionado ao contexto da época. Era praticamente uma crítica aos efeitos do surgimento modernista na vida social dos jovens. Também pelo impulso da paixão que levava muitos a fugirem de casa para viver uma vida romântica. Como no caso de Pedrinho que pensa em fugir com sua namorada, mas que ainda depende dos costumes de casa. Pedrinho não vive sem a torta de maça da mamãe.
Imagem- 6 Pedrinho em: Eu queria me casar
Já na contracapa eram comuns as propagandas de curso. O leitor interessado deveria mandar correspondência, recortando um pedaço da revista. Por conta dessas praticas muitos dos quadrinhos tiveram suas folhas resgadas e eram descartados no lixo. Poucos foram os colecionadores que conseguiram conservar essas revistas. Até hoje é sinal de suspeita quando encontramos uma em perfeito estado, visto que muitos estão reproduzindo similares, chamadas de Fac-simeli mas esse é um assunto posterior. Na imagem 7 na parte inferior vemos a parte que deveria ser recortada e mandada para aquisição do curso.
Imagem-7
Tanto na capa como na contracapa e na parte de trás da capa era aproveitada. Seja com mais propagandas sobre assuntos do momento, como também das propagandas de produtos como todinho, biscoitos, brinquedos, assuntos de interesse do governo ou anunciando quadros de outros super-heróis como observamos na Imagem- 8. Ao fim da revista temos uma palinha das aventuras de Os Justiceiros, Batman e Arqueiro Verde, o anuncio diz em cores, por isso era especial. De fato, quadrinhos produzidos em cores era artigo de luxo, e consequentemente poderiam custar mais caro. A colorização dava as histórias em quadrinhos uma maior valorização. Podendo levar uma maior quantidade de leitores ao colecionismo, e a comprar mais exemplares. Mas tudo isso se perdia junto a tantas propagandas que não tinham dinâmica com os quadrinhos.
Imagem-8. Os justiceiros
Editora Brasil-América, mais conhecida por Ebal, foi fundada em 18 de maio de 1945 por Adolfo Aizen, o “Pai das Histórias em Quadrinhos do Brasil”, foi de extrema importância por difundir o gênero no país.
Na próxima matéria conheceremos as editoras Bloch, RGE e abril jovem. Não percam.
Até aproxima nerds.
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