Skydome, o primeiro tower defense com multiplayer e totalmente nacional no formato de arena, está disponível para os PCs desde dezembro de 2020. Com a missão de trazer uma nova e muito bem-vinda opção ao cenário competitivo, o título oferece partidas disputadas por duas equipes de quatro jogadores.

Cada um dos participantes escolhe um campeão com habilidades exclusivas e precisa construir torres e muralhas para defender a própria base da investida dos seus inimigos. Ao mesmo tempo, é preciso avançar contra o artefato na base dos adversários.

Abaixo, você confere a entrevista do IGN Brasil com Cheny Schmeling, cofundador da desenvolvedora Kinship e diretor de Skydome. As perguntas estão em negrito e as respostas ficam aparecem em seguida.

O que motivou a equipe a desenvolver um jogo tower defense multiplayer, especificamente? É uma paixão que todos os desenvolvedores compartilham pelo gênero ou uma oportunidade identificada no mercado?

O projeto nasceu em 2016 junto com a Kinship, mediante um grande aumento do termo eSports nas pesquisas e jogos de tendência. No Brasil, o eSport estava só começando, então, aproveitamos esse momento de jogos competitivos e iniciamos o desenvolvimento de uma categoria ainda não vista no mercado, o Tower Defense competitivo multiplayer, já pensando no lançamento em meados de 2019-2020.

Você pode já ter encontrado o jogo em alguns eventos nos últimos anos. Afinal, estamos falando de um dos destaques brasileiros da Brasil Game Show 2016, que vem recebendo melhorias desde então.

Cerca de 80% dos desenvolvedores atuais do estúdio gostam de jogos competitivos, o que facilitou bastante o desenvolvimento e a inserção de novas mecânicas no Skydome. Trouxemos também bastante experiência, adquirida em outros jogos, e conseguimos fazer um bom balanceamento entre diversão e competição e ainda assim manter a filosofia mais estratégica do Tower Defense.

Durante o acesso antecipado estamos testando diversos temas e entendendo melhor os jogadores. Começamos com temas clássicos, como natureza e terra-média, mas logo em seguida adicionamos humanos e futurístico como opções para o jogador. Ainda temos uma gama enorme de conteúdo visual (guardado a sete chaves) que esperamos disponibilizar esse ano ainda. No futuro, queremos oferecer uma quantidade razoável de opções para que cada jogador tenha várias possibilidades de jogo e possa se divertir e se entreter com as mais diversas histórias do Skydome. Foi perguntado se eles pretendem investir bastante no aspecto narrativo do universo de Skydom, a resposta foi bem positiva.

Sim, embora a experiência narrativa do jogo ainda não seja a ideal, queremos trazer para os jogadores um universo único e diverso, que contempla não só a característica de personagens “campeões” mas também como a Kinship enxerga o futuro do jogo. Termos como “campeões”, “arena”, “batalha” e “conquista” são muito utilizados em jogos de estratégia e queremos que os jogadores entendam que é por esse caminho que iremos seguir.

É muito comum ouvir falar em toxicidade nos jogos online, assunto que entrou em evidência recentemente e sempre esteve entre os maiores problemas dos jogos multiplayer. Como vocês pretendem evitar esse tipo de comportamento? Aliás, como tem sido a resposta da comunidade até agora?

A comunidade do Skydome vem crescendo cada vez mais e esteve com a gente desde o início do desenvolvimento. Pudemos desenvolver juntos uma série de mecânicas e estilos de jogo que nem mesmo a equipe de desenvolvimento pode ser capaz de prever no futuro. Somos muito gratos à nossa comunidade por ela ser bastante presente e participativa. Ao iniciarmos a comunidade dessa forma, acabamos criando muitos guardiões (que é como chamamos os participantes dela) e percebemos que eles mesmos estão cansados da comunidade tóxica de outros jogos e veem no Skydome uma oportunidade de começar algo do zero, novo, de uma forma educada e amigável. Inclusive, vimos que vários participantes encontraram no Skydome novas amizades, formando até grupos de jogo e competição.

Em termos de desenvolvimento, iremos nos preparar para o lançamento global, adicionando ferramentas tradicionais de report de usuários tóxicos, análises de conversas, punições para jogadores mal intencionados e ficar de olho naqueles que estão tentando gerar intrigas desnecessárias em nossa comunidade. No Skydome queremos que os jogadores sintam que fazem parte do desenvolvimento e que tudo que está lá veio deles.

Me ajudem a entender uma coisa: o jogo está em Acesso Antecipado no Steam, atualmente. Certo? O que vocês acham que precisa mudar para que o game passe a estar disponível como o produto final, de fato?

O jogo ainda precisa de muito conteúdo, ponto. Para um lançamento global e poder brigar de frente com outros lançamentos e jogos do momento, precisamos ter algo único e conteúdo suficiente para manter os jogadores ativos e interessados. Estamos falando de múltiplos mapas, novos campeões, itens, torres, temporada competitiva, campeonatos e, claro, conteúdos temáticos.

Ainda falta bastante coisa, mas queremos que 2021 seja o ano das grandes revelações e que possamos utilizar o acesso antecipado para preparar o terreno para o que está por vir.

Em relação ao matchmaking, quais têm sido os maiores desafios? A infraestrutura de internet no Brasil está anos atrás de muitos outros países, então, sempre fico com a dúvida.

Atualmente estamos com um servidor dedicado em São Paulo para todos os jogadores do Brasil. Percebemos que a latência do jogo (intervalo de transmissão de informações) está bem baixa e dentro do esperado. O maior desafio no Brasil tem sido em relação ao hardware. Comprar um computador é caro e os brasileiros não investem tanto nas máquinas como os outros jogadores do mundo. Por isso, precisamos trabalhar em dobro para deixar Skydome mais acessível (essa será a nossa meta em 2021) e poder trazer mais e mais jogadores, tornando assim cada partida diferente, com pessoas e níveis distintos.

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