COMO COMEÇOU
Aconteceu durante uma feira de livros em 1987, Stan Lee e Moebius se conheceram, e durante um almoço entre amigos, surgiu a ideia de trabalhar em uma história em quadrinhos juntos. Jean mencionou, que o Sufista Prateado era muito fascinante. E era a combinação perfeita uma vez que Moebius tinha uma alma filosófica e poética e o Sufista propenso ao lirismo poético.
A escolha do tema para a história veio a seguir. Stan depois de ponderar sobre o que criaria para escrever, pensou nas antigas cartas de leitores, na qual cita que o sufista e suas historinhas tinha quase um teor religioso. Daí para frente foi tudo mais fácil, Galactus caracteriza em potencial um ser de criação, um ser divino.
Como disse, Stan Lee, essa não é uma simples história, ela é mais do que ação e aventura de heróis contra bandidos. É uma história em que nos faz refletir sobre nossas crenças mais básicas. Eu me questionaria mais, e pensaria se tudo que está ali pintado, desenhado e escrito não seria o comportamento humano caso vivenciássemos a mesma situação real. Um dia um extraterrestre pode adentrar nosso planeta e nós, dá a ele a acunha de “Deus salvador”.
Moebius também era um desenhista conhecido em seu território. Para ele não foi fácil desenhar essa história do Sufista Prateado por Stan Lee. Moebius espirou-se no artista Philippe Druillet conhecido por suas arquiteturas bem detalhadas, e assim Moebius começou a preencher as folhas em branco para desenvolver a história.
Várias e várias vezes já nos pegamos lendo algum esbouço de alguma HQ em que os artistas contam como criaram as ideias e como e porque desenharam da tal forma. Aqui não foi tão diferente. Moebius era Maria de primeira viajem em questão de método Marvel, ele via Galactus como um ser de energia que se materializava aos homens para falar, por isso vemos na HQ o devorador de mundos sendo visto como um deus, um ser divino.
Quanto ao sufista Prateado Moebius se viu apavorado, pois o personagem já tinha sua própria personalidade consolidada. Mesmo assim consegui desenvolver um Sufista prateado que passa ao leitor, elegância, calmo e poderoso. O sufista de Moebius tem seus próprios sentimento, similar ao do artista.
A coloração dos quadrinhos de Parábolas são bem suaves, do gosto do artista que se encantou pelo estilo de paletas na qual passava uma certa suavidade vistosa. Os quadros não são difícil de se seguir. As letras tornam a leitura mais dinâmica, segundo o próprio Moebius suas letras dançam no papel.
Em bora essa HQ seja de um super-herói americano não foi desenhada por um. O que implica dizer que esta linguagem gráfica pode parecer norte-americana, mas não é, Jean Giraud, conhecido como Moebius morreu em Paris na França aos 73 anos no ano de 2012. O artista desenhou para DC, Dark House além da Marvel também.
A HISTÓRIA
Imagine uma noite como hoje em um céu estrelado, o caro leitor fica sabendo que através dos meios de comunicações uma imensa nave esta preste a pousar na terra. Claro, algumas pessoas poderiam não acreditar, mas logo depois de confirmado como reagiria nossa sociedade? O que as pessoas iriam fazer? O mundo poderia entrar em caos ou não. Por anos muito se perguntou a Igreja se existe vida além da nossa no universo, e a resposta conservadora nos dizia que no céu só havia vida em Deus.
Eis que surgi um ser enorme em alguma cidade do EUA. Uns ficaram apavorados, outros tratariam de pedir perdão pelos seus males, e outros haveriam de criar uma religião em torno do gigante roxo conhecido como Galactus.
Galactus chega a terra anunciando ser o poder majestoso, então Guerras param em todos os lugares por conta da sua presença na terra. As pessoas não sabem o que fazer, elas não sabem mais em que acreditar, perdidas dentro de um mundo e diante de um ser que muda o contesto de suas crenças.
Surgi também aqueles evangelistas donos de TV que sai a público para aproveitar-se da situação, aproveitando-se do caos em que se encontra o social.
Pra piorar Galactus diz que não existe pecado, que não existe o errado. Então a sociedade sem nem menos pensar duas vezes, larga sua organização social, o meio de sobrevivência que precisa uma cidade de manter sua economia funcionando e mergulha-se no caos. Ela mesma passa a se destruir sem pensar. Mesmo o presidente da República não significava mais nada para seu povo.
No entanto o sufista prateado que só observava a desgraça da humanidade, disfarçado de mendigo encontra o falso profeta de Galactus e sua irmã, que discute com ele sobre corromper pessoas através da religião. É daí que saí a porra da frase mais foda que já ouvi em um quadrinho.
“Fé sem bom senso somente desagrada o espirito divino.”
O sufista prateado decide ajudar o povo da terra depois de discutir com a irmã do “profeta de Galactus”. Mas o sufista nada pode fazer, uma vez que Galactus não atacou os humanos, mas apenas os fez auto se destruírem por sua própria fé, por suas facilidades em crer em algo divino sem questionar se realmente o é.
Então o sufista se volta para a população, e tenta esclarecer e convencer com todos, de que o homem não é algo ruim, apesar dos seus problemas ele ainda é um ser nobre e bom. Mas nem todos querem saber disso, e o acusa de traição contra o deus Galactus. As pessoas estavam insanas por seu deus Galactus.
O próprio Galactus começa a tacar o Sufista Prateado, deixando um rastro de destruição, e matando e machucando pessoas. Mas tudo isso só aconteceu por conta do suposto profeta que influenciou seguidores e os tornou fanáticos, sem ouvi a apropria razão.
O sufista faz com que Galactus desista, deixando a terra em paz. O prefeito da cidade acusa Galactus de destruir e matar pessoas, o profeta ao ouvir coloca seus fiéis contra o governo, o tempo é de inquisição. Não se pode questionar, não se pode criticar seja mulher, homem ou criança, aqueles que duvidarem da divindade de Galactus é morto pelos seus seguidores.
Porém a situação muda quando Elyna irmã do reverendo morre em uma tentativa de ajudar o Sufista Prateado das mãos de Galactus. É nessa hora que ele reconhece o erro de adorar um ser da destruição e que nada tem de divino. Sendo assim o povo deixa de adora-lo e Galactus finalmente parte com uma promessa de retorno.
Há uma clara mensagem no quadrinho de que o homem tem de reconhecer seu valor. Em quanto homem ele é soberano e todos somos iguais, divinos, não devendo colocar outros a cima de si mesmo. No final da historia o discurso do sufista resume o que somos como uma sociedade, que no fundo temos sede de ser liderados, e que por isso, somos tão fáceis e enganados por ditadores e tiranos. Claro, toda história é uma crítica que Stan Lee escreveu, ela não é uma historinha comum de luta entre o bem e o mal, mas parece ter cunho político para influenciar certamente a quem viveu algo semelhante. Tome suas decisões, viva sua vida, saiba diferenciar o bem e o mal, seja livre. Stan queria passar alguma mensagem para a época, pois como já vimos na resenha dos X-Man: Deus ama, o Homem Mata tem quase que o mesma problemática.
Os avisos norte americano as massas vem de todos os lugares, desde musica a cultura nerd, de que o mundo não escolha tiranos e ditadores para governa-los. As mensagens estão também no primeiro filme dos vingadores e em muita de suas revistas em quadrinhos.
“A centelha da divindade ou está em todos… Ou em ninguém”
Sufista Prateado.
FIM!
Total de 685 visualizações