Escaladores profissionais, fãs de trilhas e outros especialistas na Escócia sinalizaram uma “rota
potencialmente fatal” vista como sugestão do Google Maps, levando a situação a uma
investigação conduzida pelo Google.Embora não seja conhecida por isso, a Escócia é possivelmente a nação mais montanhosa do
Reino Unido, com diversos picos e regiões de maior altitude servindo como atrativos para
entusiastas de trilhas, escaladas e outras atividades físicas – especialmente após a pandemia
da Covid-19 afastar o público das academias, e opções ao ar livre tornarem-se uma opção cada
vez mais procurada para a prática de exercícios.
Isso acabou chamando a atenção de especialistas para um problema em potencial: segundo
um comunicado emitido em conjunto pelas entidades Mountaineering Scotland e John Muir
Trust, o Google Maps está sugerindo que “trilheiros” que desejem retornar ao estacionamento
à base do pico Ben Nevis, o maior do país, sigam um caminho que, de acordo com o texto, é
perigoso mesmo para “até mesmo o escalador mais experiente”, que teria dificuldades de
atravessar a rota “mesmo com boa visibilidade”.
“Dependendo de como alguém fizer uma busca, o Google Maps pode direcionar as pessoas ao
estacionamento mais próximo ao topo – localizado em Steall Falls -, mas o fato é que a rota do
Ben Nevis para quem estiver a pé começa pelo centro de visitantes. A John Muir Trust sinalizou
a rota de Steall Falls para aqueles que querem chegar ao cume do Ben Nevis a partir do centro,
mas isso é comumente ignorado”.
Em outras palavras: a sinalização do parque recomenda que seja evitada a região de Steall
Falls, e obedecidos os direcionamentos de volta ao centro de visitantes – mesmo que este seja
um caminho mais longo. Basicamente, o “atalho” pode custar uma vida.
O Ben Nevis não é muito alto, considerando o ranking das maiores montanhas do mundo – ele
tem apenas 1.345 metros (m) de altura, mas sua constituição de picos íngremes e pontiagudos
tornam sua escalada uma atividade relativamente perigosa, com montanheiros experientes
recomendando que iniciantes na arte o evitem devido ao seu grau mais elevado de
dificuldade.
Em um comunicado enviado à CNN, o Google afirmou: “nós construímos o Google Maps
pensando na segurança e confiabilidade, e estamos trabalhando rapidamente para investigar
esse problema de direcionamento no Ben Nevis e suas áreas adjacentes. Além de usarmos
dados proprietários e imagens de satélite de alta definição para atualizarmos o mapa, nós
encorajamos que organizações locais ofereçam informações geográficas sobre rotas e
passagens por meio de nossa ferramenta ‘Geo Data Upload’”.
A “rota potencialmente fatal”, ainda que sob investigação pelo Google, segue online de acordo
com alguns relatos que responderam à notícia nas redes sociais. Isso porque o Google Maps
normalmente oferece resultados de buscas misturando elementos como inteligência artificial e
histórico de volume de procura em uma região. Além disso, ele considera parâmetros
configurados pelo usuário (se você prioriza distância ou se um caminho tem ou não pedágios,
por exemplo) – tudo isso pode alterar o resultado sugerido.
Felizmente, até agora não houve relatos de nenhum episódio grave – ou mesmo de morte – a
pessoas que tenham seguido a trilha pelo Google Maps, então a empresa de Mountain View
provavelmente está dedicando velocidade à solução desse problema.
Fonte: Olhar digital

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