É até estranho dizer que – principalmente para a geração que conhece o Superman de hoje –
em uma época distante, o super-herói não poupava a vida dos inimigos e não era esse poço de
empatia que o caracteriza agora. Contudo, de acordo com o ScreenRant, a Action Comics,
revista em quadrinhos da DC, lançada em 1938, revela que as primeiras aparições do Homem
de Aço o apresentavam como violento e nada equilibrado.
As características lembram muito um outro amigo super-herói, o Batman – não muito amigo
em ‘Batman vs Superman: A Origem da Justiça’. Com Superman, a Action Comics se tornou o
lar dos super-heróis, entretanto, o homem, hoje considerado um deus, além das diferenças na
essência da personalidade, também não tinha metade dos poderes que possui hoje.
Na Idade de Ouro, como é chamada a época dos quadrinhos para os justiceiros, não conseguia
voar (embora pudesse saltar distâncias inacreditáveis) e, embora sua força fosse
impressionante, ele também não erguia edifícios, muito menos montanhas, que dirá planetas.
Mas então, qual era o seu foco originalmente? O Superman de outrora passava seu tempo
lutando contra o crime organizado – outra semelhança com Batman.
Ainda de acordo com o tabloide, frases como “Essa barra poderia facilmente ser o seu
pescoço!” e “vou arrancar seu coração cruel com minhas próprias mãos!” eram comuns vir da
boca do homem de capa vermelha. Em um dos desdobramentos dos conflitos nos quadrinhos,
Superman encontra Emil Norvell, um traficante de armas, e é atacado com metralhadoras
pelos capangas do criminoso. Ao perceberem que as balas chicoteiam no Homem de Aço, um
deles diz: “Meu Deus! Ele não vai morrer!”. Superman responde: “Ainda bem que não posso
dizer o mesmo para você!”
O Superman dessa época, contudo, tem uma explicação. Na época em que o herói estava
sendo escrito, a América estava emergindo da Grande Depressão (ou Crise de 1929), que foi a
maior crise econômica da história dos Estados Unidos. Assim, o Superman nasceu como o
herói de um trabalhador, uma “força” que se levantou contra chefes corruptos, líderes que
aceitaram subornos ou fizeram vista grossa ao crime e qualquer outra pessoa que se
aproveitou da classe baixa trabalhadora.
Ou seja, o super-herói nasceu de uma visão ideológica e política do país – o que não é segredo
– e, o principal, as pessoas reagiam bem a um herói que não podia ser comprado, negociado
ou facilmente despachado. Com o passar do tempo – fim da crise e início da Segunda Guerra
Mundial – o tom do personagem começa a ser mais brando. Mas, ainda expressando as ideias
americanas, emerge o Capitão América, que surgiu em 1941 através dos HQs da Timely
Comics, antecessora da Marvel Comics.
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