Durante os anos de 1974, os filmes de ação ascendiam aos cinemas. Um deles veio a calhar para as indústrias Marvel de quadrinhos. Foi nesse período que surgiu o justiceiro. Segundo muitos dizem foi inspiração no famoso filme estrelado pelo ator Charles Bronson em Desejo de Matar. Um grande sucesso da época, porém em 1972 havia também um livro de romance: “First Blood”, escrito por David Morrell, cuja inspirou os filmes do Rambo. Acredito que esses dois elementos tenham influenciado na criação do Justiceiro, que apareceu pela primeira vez na revista The Amazing Spider-Man #129 (fevereiro de 1974). Por sugestão do Stan Lee, o personagem foi criado por Gerry Conway, O justiceiro um soldado vingativo.

Imagem 1- Ed. #129 The Amazing Spider-Man.

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Antes da Marvel mostrar o passado do anti-herói ela o jogou como vilão para acabar com a vida do aracnídeo. O justiceiro contratado pelo Chacal, que procurava vingança contra o Homem-Aranha por ter deixado a estudante universitária Gwen Stacy morrer nas mãos do Duende Verde. Queria a todo custo acabar com a vida do herói, até mesmo criando clones tanto de Peter Parker quanto da própria Gwen Stacy.

Justiceiro passou a contracenar também com outros heróis urbanos da Marvel, Demolidor e do Homem-Aranha. O sucesso foi grande que ganhou título próprio em janeiro de 1987, com os comandos de produção Steven Grant e Mike Zack. Com primeiro filme no ano de 1989 estrelado pelo ator Dolph Lundgren.

Imagem 2- Filme The Panisher

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Só depois de alguns anos a Marvel contaria como Frank Castle se tornou o justiceiro nos quadrinhos, as histórias saíram na minissérie pela editora Abril Jovem em duas edições. A minissérie “justiceiro ano um”, conta o massacre da família de Castle no Parque em um dia de piquenique.

Imagem 3- capa da ed. Ano um.

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Uma cena de crime como uma outra qualquer para a polícia. Uma chacina que acabou com uma família inteira. De um lado filha e mãe cheios de sangue. Ao lado o pai e o filho no chão. Para a polícia todos estão mortos, uma família inocente que não tinha nada a ver com a briga de quadrinhas rivais, mas para bandidos os olhos não podem ver.

Enquanto os corpos eram levados pelo rabecão da morte, um ser desperta das profundezas do inferno, seus olhos no instante despertam com as cores e expressões da fúria iminente, parecia o demônio ou um anjo do inferno que se levantava para buscar junto com o espirito da vingança as vidas que lhe foi tirada.  Dessa vez ele não está desprevenido, ele desperta pleno do que teria de fazer para salvar sua família.

Imagem 4.

justiceiro Ano Um.

Frank em um ataque de loucura agride vários dos policiais e pessoas que estavam no local tentando conte-lo. No final três homens e uma injeção foi o suficiente para conter a fúria de homem que viu a família ser morta pela máfia.

Ele se ergue das profundezas e irrompe a superfície com o nome dela nos lábios.

É como a água profunda… fria e sombria.

Mas foi só um sonho. Um sonho febril.

Ele vasculha sua memória oca e se recorda das armas.

Enquanto ele estava inconsciente, um sonho terrível…maria e as crianças… a pipa de seu filho sendo arrastada sobre as árvores…

Transtornado em um hospital Frank só pensava na esposa e nos dois filhos. Pronunciando o nome da falecida várias vezes. No mesmo instante alguns bandidos voltam para não deixar testemunha, mas Frank reage e caba com todos. A cada bandido que mata ele grita o nome dela… Maria…

O interessante é que em uma das páginas aparece a participação de Peter Parker, e a história nos faz pensar, onde estava o herói para evitar o crime contra os da família de Castle?

Frank está em casa e bebendo, vivendo seu luto. Ele chora, a dor é insuportável. É nessas horas que não sabemos se nossa alma continuará sendo a mesma. Se deixaremos a própria vida para trás se entregando ao vale de lagrimas perdidas.

As vezes nos apegamos a alguma coisa em que alguém significa muito. Vira símbolo e nos agarramos a ela. Essa coisa vira motivo de inspiração. Seja para que caminho nos leve, ela leva até formar a simbiose perfeita. E assim nos transformamos no que o outro mais gostava em nós.

Você sempre se lembra dessas coisas querida.

Ei olha o que encontrei.

Isto me traz lembranças.

Que coisa linda você disse, amor. É.… eu tive orgulho de vestir.

Olha querida

Olha que achei…

Um amigo.

Libertação.   

Justiceiro Ano Um.

                                                    você sabe que eu  te

                                                                               amo.                                                                        Maria.

Pra sempre.

Justiceiro Ano Um.

Tentando suicídio Frank é na hora surpreendido por alguém que chega minutos depois de ter disparado contra si mesmo. Mas ele não consegue se matar. E passa a caça os bandidos e os bandidos também caçam Frank Castle.

Sua casa sofre um atentado, pelos mesmos bandidos, agora ele está desabrigado, caçado por bandidos e pela polícia.  Sem muito o que fazer, a única saída foi se entregar ao que ela mais admirava nele. Então ele liga o play do seu diário para que ninguém tenha dúvida do que lhe acontecerá em diante. Enquanto fala os atos no diário, do que estar preste a se tornar, pinta seu colete de balas com tinta branca… Diário de Guerra do Justiceiro…

Item I– Frank Castle está morto.

Item II– algumas vezes, a lei é incapaz de agir, até pra identificar o culpado. Por essa razão de vez em quando, é preciso agir à margem da lei, pra compensar sua inadequação em obter a punição natural. É uma resposta tão ruim quanto o ato que ela provoca. Estou falando de Justiça.

Item III– estou à altura da tarefa. Quando faço meu trabalho ele acontece sem tropeços, sem erros, sem equívocos.

Item IV– considerem o lema “sic vis pacem, para bellum”. Se quiser a paz prepare-se para a guerra.

Eles perguntam quem é?

– Quem é você?

-Diga que tem um soldado atrás deles. Um instrumento da justiça. Um Justiceiro.

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Continua…

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