Não Olhe Para Cima conta a história de Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) e Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence), dois astrônomos que fazem uma descoberta surpreendente de um cometa orbitando dentro do sistema solar que está em rota de colisão direta com a Terra. Com a ajuda do doutor Oglethorpe (Rob Morgan), Kate e Randall embarcam em um tour pela mídia que os leva ao escritório da Presidente Orlean (Meryl Streep) e de seu filho, Jason (Jonah Hill). Com apenas seis meses até o cometa fazer o impacto, gerenciar o ciclo de notícias de 24 horas e ganhar a atenção do público obcecado pelas mídias sociais antes que seja tarde demais se mostra chocantemente cômico
Olá leitor! Vamos dialogar alguns motivos pelos quais tal filme está sendo tão falado desde seu lançamento na plataforma áudio visual de streamer; Netflix.
O longa apresenta grandes críticas sociais. Uma Sátira de um futuro que pode se tornar real.
AQUI CONTÉM SPOLIER – SE NÂO ASSISTIU O FILME AINDA: VAI ASSISTIR DEPOIS VOLTE.
A todo momento você vai ver as pessoas com seus smartphones na mão. Isso exemplifica como estamos caminhando para um mundo no qual somente as redes sociais são importantes.
O mundo dos idiotas.
Primeiro vamos destacar o que significa idiota. O significado vem do grego; “aquele que olha só para o próprio umbigo e que não participa da vida da comunidade”. Por tanto, o filme exemplifica pessoas egoístas que só se preocupam com sua imagem. Tem uma cena quase no final do filme que um personagem faz uma “oração” para os bens materiais. Uma sociedade “diatópica” na qual se você falar a “verdade” nua e crua, você é taxado como louco e tirado de “circulação”. Lembrando que na nossa sociedade a prática se chama cancelar… Isso acontece com a cientista Kate Dibiasky quando tenta dizer que o meteoro está a caminho para destruir a terra, mas os jornalistas tentam maquiar a informação e dizer que não é sério.
A negação da verdade.
Tal aspecto negacionista está presente no filme inteiro e permeia em todos os seguimentos. Primeiro dizem que os cientistas estão mentindo para derrubar o governo. Depois, usam a informação a benefício próprio para palanque político e propaganda. Posterior manipulam para lucrar em cima do povo. Promovem discursos humanistas para enganar as massas. Aqui entra os lados dentro da sociedade. As sociedades de conspiração que estão ao lado do governo, outras do lado do povo; e as independentes que negam as outras duas. Por exemplo, tem uma que nega o meteoro dizendo que os cientistas querem passar medo para tomar o poder e, dizem que o governo está usando isso para lucrar mais em cima do povo.
Cientistas vendidos para o capital.
Tal aspecto é evidenciado quando o dono de uma empresta “Peter Isherwell” quer explorar o meteoro juntamente com cientistas que aprovam seus métodos malignos em busca de lucro. Forjam resultados especulativos, negam a opinião dos cientistas que lutam alertando; dizem que são loucos. Até hilário quando mostra que a chefe da NASA tem uma formação inerente ao cargo exigente, mas estava na mídia falando mal dos cientistas… Exibindo que na sociedade atual, todos querem falar de ciência, jornalistas, pessoas comuns e negam os profissionais que de fato: pesquisam.
O povo como refém.
A busca pelo poder político cria uma sociedade politizada. Essa faceta é exemplificada no filme de uma maneira surpreendente. Os cientistas Randall Mindy e Kate Dibiasky quando apresentam os dados da extinção eminente; caso nada fosse feito para desviar o meteoro. A presidente dos Estados Unidos diz para deixar para depois das eleições. Para esperar… Posterior quando alguns escândalos da governante escapa na média. A presidente Orlean usa a informação para tentar eleger-se. E, aprova um orçamento bilionário sem apresentar gastos lógicos para empreitada. Junto com os jornais e mídias compradas enganam o povo.
Povo contra governo.
Não olhe para cima é a parte mais notável do filme. Que faz o título do filme ser tão significativo! Os líderes negaram o meteoro. Quando ele aparece os cientistas pedem para as pessoas olhar para cima e terem a prova. Uma comoção da sociedade mais abastada incendeia-se. O governo inicia uma campanha para “não olhar para cima” em vez disso “olhar para frente”; isso faz a população dividir em blocos. Além de tudo o governo quer explorar o meteoro deixando ele cair na terra com a promessa de que ele trará muito ouro, pedras preciosas e metais raros. Prometendo que a pobreza acabará e que o monopólio da China chegará ao fim dos componentes eletrônicos. Mais discursos humanitários, prometendo saúde, moradia e aumento no salário….. O movimento dos cientistas ganha mais força e o caos se inicia. Saques e destruição…
A doença da falta de diálogo.
O diálogo é importante. Mesmo não concordando com a opinião, ponto de vista ou dados científicos do interlocutor. Devemos ouvir e tentar achar uma aproximação do campo de visão. Claro, desde que tais opiniões não preguem preconceitos e malignidade. O exemplo disso é o cancelamento que a mídia faz com as pessoas quando dizem a verdade dentro do filme. A personagem Kate Dibiasky quando surta e fala que todos vão morrer. Ela é proibida de falar nas redes sociais; é tirada de circulação e, acreditem, os próprios pais renegam sua própria filha por causa da alienação do governo. Olha o nível do radicalismo.
A todo momento no filme é mostrado que as pessoas que falam a verdade são loucos. Precisam de tratamento psicológico e tomar remédios para conter tais impulsos doentios.
Ninguém pode falar a verdade porque ela (dói). Exemplificando uma sociedade de aparências. A própria presidente esquece o filho para morrer porque só se preocupa consigo mesma. O filho é um homem já feito, mas que ainda é uma criança. Acha graça de tudo, faz piadinhas, só se preocupa com sua imagem e seu cargo, egoísta e do psicológico fraco. Exemplificando o tipo de pessoas que nossa geração está criando.
A Sátira que pode se tornar real.
A excelente reflexão que o filme traz para o centro do debate é estrondosa. O longa exagera nessa espécie de sátira apresenta aspectos dos comportamentos dentro da sociedade em geral, não só no Brasil, mas no mundo todo. Vale a pena assistir e refletir sobre o que estamos fazendo com nossos semelhantes. Como as pessoas são manipuladas durante o tempo, tanto na incapacidade de analisar fatos e visualizar o que está por detrás das verdadeiras intenções, por se achar dono da verdade. Nossa sociedade está doente e impossibilitada de possuir uma opinião particular, sem influência do que os outros dizem e querem impor a todo custo.
Não refletindo somente as governanças, mas nos seres humanos, estamos com os olhos vendados para realidade por puro passatempo. Tem preferencia pela ociosidade do que valores, cremos mais no que nos diverte e não no que pode tirar nosso chão. Renegamos a tristeza que faz parte do ser humano; para querer viver no olimpo.
Cada vez mais governantes, jornalistas e pessoas sem instrução acham que sabem mais que aqueles que dedicam suas vidas pela ciência.
É destacável o meio que o longa aborda a questão da grande mídia. Como raras exceções, quase não existe mais a preocupação de informar e investigar, porém, se tornou um braço a serviço de interesses escusos, renegando seu papel primordial que deveria ser de informar com imparcialidade a sociedade. Apresentar diferentes pontos de vista sobre determinado tema, sem sua opinião imbuída. E não direcionar a opinião pública e servir como uma pregadora de ideologias. O filme é um tapa na cara da sociedade. Vamos acordar e perceber que tal sonho não pode se tornar real. Conseguimos sentir a frustração dos cientistas ao tentar alertar a sociedade; mas ninguém liga. Uma angústia sem fim é lidar com idiotas. No final, os cientistas entregam o jogo e aproveitam os últimos momentos juntos em família, outro ponto a destacar, o momento com as pessoas que amamos é o que realmente importa na nossa breve estadia carnal na terra.
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Kleber Inácio
Kleber Inácio Da Silva é Historiador pela Universidade Estadual de Goiás -UEG. Possuí especialização em História e Cultura afro-brasileira. Desde muito novo é apaixonado por literatura, lendo e dedicando muito tempo para esta paixão. O que o levou a realizar a sua formação acadêmica. Se considera um entusiasta na arte das letras.
Atualmente com três obras literárias publicadas. "O outro - Várias faces de uma mente." " Novo Gênesis o sinal". “Necronomicon em Netvilly”. Organizador do livro: “Morrinhos – Cidade dos pomares e seus valores”. E, organizou a antologia poética reunindo autores de todo Brasil e Angola. Intitulada: Lembranças. Ocupa a cadeira 21 – Na Academia Morrinhense de Letras – Patrono José Mendes Diniz.
Planejando vários outros ensaios futuros para realização de um sonho que carrega desde muito novo. Escrever obras de cada gênero que o estima. Nasceu em 24 de novembro de 1991. Contudo, é uma pessoa simples, residente da cidade de Morrinhos, do interior de Goiás, é apaixonado por sua terra e contempla seus aspectos culturais locais. É um amante de felinos.