HOMEM-ARANHA: O AMIGÃO DA VIZINHANÇA VOL. II
TÍTULO: AQUISIÇÃO HOSTIL, por Tom Taylor, Roteiro. Arte, Juann Cabal, Ken Lashley, Scott Hanna; Tradução, Mateus Ornellas. Barueri- SP: Panini Brasil, 2020.
FESTA OU FOME (Feast or Famine) de Friendly Neighborhood Spider-Man 7-10 agosto – outubro de 2019.
RESENHA CRÍTICA
É como disse o mestre…
“Tu, porém, quando deres esmolas, não saiba tua mão esquerda o que fez a direita, de modo que tua esmola fique escondida”.
Mateus 6,3-4
FESTA OU FOME
PARTE I
O título da revista em história em quadrinhos Homem-Aranha: o amigão da vizinhança Vol. II, abordar uma das séries do aracnídeo, o amigão da vizinhança: Aquisição Hostil. História em quadrinhos desenvolvida e escrita por Tom Taylor, que nos dá uma crítica baseada nas concepções políticas dos eleitores dos dois últimos anos nos Estados Unidos da América. Afinal, quem não lembra das últimas eleições brasileiras e as disputas ideológicas, e religiosas, onde apoiadores de políticos demonizaram pedintes, mendigos, além de eleitores coagindo qualquer mendigo que permanecesse a frente de uma loja ou mesmo aqueles que passam a vagar nas ruas e nos bairros. Muitos crimes ainda acontecem em muitos lugares por conta dessa coerção, que surgiu através da politização dos últimos anos.
Muito do que nos deparamos nas histórias em quadrinhos da Marvel, embora ficção, não deixa de retratar o nosso mundinho real. A revista do Homem-Aranha: O amigão da vizinhança, está conectada a esta realidade, e traz sua própria critica a situação política dos últimos dois anos. Afinal, nos Estados unidos, muitos não apoiam a política do governo republicano de Donald Tramp, e os efeitos que sua política causou no mundo inteiro.
Na pratica, a história é escrita por sua posição política, sua critica é a visão do escritor sobre a política dos Estados Unidos da América, que afetou todo o mundo, nas questões sociais, das questões imigratórias em relação a permanência dos imigrantes no país. A crítica se desenvolve com o aracnídeo aprendendo os valores cristãos tradicionais por seus tios, ensinando ao nosso herói Peter Parker, que aprendeu o legado de valores quando ainda criança, e como consequência disso, a sua atitude de herói, o fez agir conforme foi orientado.
Figura 1 – Twitter do Escritor Tom Taylor.
Na figura 1, o escritor postou um Twitter em forma de Gif, onde uma águia representa o a maioria do povo americano, simbolizando a rejeição ao atual presidente. A história em quadrinhos do Homem-Aranha, repassa para o leitor as consequências sociais causadas pela política de governo dos Estados Unidos da América. Retrata com exatidão as mesmas vivencias da vida real política e os malefícios que ela causa em torno da sociedade; e de como uma sociedade de repente não é mais tão civilizada assim. O herói entra na hora certa e demostra como proceder diante de desse tipo de abuso, ele faz a denúncia do agressor a polícia, tornando o próprio ato como um de cidadão civilizado e exemplo de feito heroico.
O que vamos encontra aqui, é como diz o editor da revista o do Homem-Aranha: o amigão da vizinhança Diogo Prado:
“Tom Taylor nos entrega um roteiro rápido e diálogos equilibrados, valorizando sempre que pode os coadjuvantes que orbitam Peter Parker e que são tão importantes em sua vida pessoal e na vida super – heroica”.
E que diálogos, não enche linguiça, argumentos que fazem o leitor dar boas gargalhadas, e boas reflexões sobre essa rotina que a sombra nosso cotidiano.
Figura 2- Mendigo, tios de Peter
Figura 3 – May Parker e seu sobrinho Peter Parker.
A cena acontece em Manhattan. Nova York. Tempos atrás, quando seu tio Ben e sua tia May passeavam com o jovem Peter Parker. Perdidos em pensamentos existenciais Peter aprende a escutar o tio Bem, que resolve ensinar ao garoto mais uma lição de cidadania e de valores cristãos, que ficará para o resto da vida. Mesmo seu tio dizendo que não tinha dinheiro nem para pagar as contas da casa, resolve ajudar um mendigo necessitado que precisa de ajuda. Ele tira o dinheiro da carteira e pede para seu sobrinho dar o dinheiro ao homem sentado na calçada com seu cachorrinho.
Figura 4- Ben, Peter e May Parker.
Ajudar alguém que precisa, com o pouco que temos é um dos maiores feitos que um ser humano pode fazer, ensinado através dos valores cristão. Ajudar alguém sem pedir nada em troca é um dos ensinamentos cristão do catolicismo. E que faz bem ao espírito humano, cultivando em si mesmo a própria bondade. A crítica ao mundo materialista de hoje na revista do nosso amigão da vizinhança, nos traz o pensamento de como podemos ser mais humanos. Cobrar de quem não tem, é praticamente não ter padecimento da causa, das dificuldades que muitos passam; talvez tenham chegado a essa situação para sair de uma outra pior, ou por conta da dificuldade financeira, ou por que se endividou, ou caiu em vícios, ou por que simplesmente perdeu tudo que tinha na vida e as oportunidades demoraram a chegar.
Figura 5- “e se ele gastar em algo ruim? ”
Figura 6 – Família Parker passeando.
Quanto de nós não já ouvimos frases como: “Não dou porque vão gastar dinheiro com drogas” ou “Eles podem ser parasitas preguiçosos” ou pelo simples fato de que estão sujos e não queremos chegar perto. Ou simplesmente porque não tem nada para nos dar de retorno. Mas é nesse contexto, que a crítica de Tom Taylor se aplica, a valores cristãos, dá sem pedir nada em troca. (Mateus 6, 1-4.) Uma sociedade boa é aquela que vê nos pobres o próprio Jesus Cristo. E o próprio Jesus tornou-se pobre para que no mundo espiritual sejamos ricos. (2 Coríntios 8,9).
Não cabe a nós julgar o que o mendigo fará com a ajuda, ajudar não é isso, se dissermos o que ele tem de fazer com a esmola, com certeza estaremos privando ele de alguma coisa, e limitando sua liberdade. Deixe que tudo seja encaminhado pelo senhor do tempo. Cada um terá seu momento nos braços desse universo. As boas energias que deixamos, que cultivamos nos rodeia para toda vida. Trazendo sempre coisas boas, acontecimentos bons que nos deixa mais jovens, e que zela pelo nosso espírito, tornando-nos verdadeiros heróis.
Figura 7- Empresário expulsando morador de rua.
O quadrinho acima dividido em quatro partes verticais, nos diz sobre uma agressão. Podemos entender que temos um homem bem-sucedido, que pode ser um negociante, pode ser um empresário desse bairro, que não deseja a presença de moradores de rua. E não é só ele, vejamos a fala do personagem quando ele diz: “ não queremos você aqui” é como se ele estivesse falando e representasse todos os magnatas do bairro, ou daquela rua cheia de comércio, e de pessoas bem-sucedidas que sempre está em busca do lucro, de seu crescimento material, financeiro, é um prepotente que ignora quem tem menos recurso que ele. Tipo de pessoa que vê primeiro a imagem e não o homem como ser humano.
Figura 8 – G1. Alagoas
Figura 9 – G1. Rio de Janeiro.
Figura 10 – G1. Santos e Região.
Como podemos ver esse assunto não é novidade na vida real. Nas reportagens acima, as imagens 8, 9 e 10 nos diz que todos têm algo em comum, os mendigos ou pedintes desabrigados sempre estão na frente de algum estabelecimento comercial. Mas apesar de não termos o Homem-Aranha da vida real, temos seus quadrinhos que são um exemplo de cidadania e civilidade, do que podemos fazer em relação a atos de agressão contra pessoas inocentes. A denúncia é nossa arma única, que temos para fazer justiça e o bem, além de salvar vidas. Fazendo isso nós, nos igualamos ao Homem por debaixo da máscara das histórias em quadrinhos. Quando fazemos nossa parte realizando o bem para outra pessoas sem pedir nada em troca, nos tornamos heróis da vida real.
Figura 11- Homem-Aranha denuncia agressor à polícia.
Continua…
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