Eu estava realmente animado com o confronto que estava para começar; estávamos sendo preparados para essa guerra desde os primeiros episódios. Os conflitos com os nobres corruptos; os três ducados sem dá nenhuma resposta; uma espiã analisando o novo Rei; um principado esperando uma guerra civil para poder conquistar tudo através dos exércitos cansados. Esperávamos, mesmo que de forma breve, algo forte; mas fomos respondidos com uma pressa desnecessária só para manter números de episódios. Mas vamos começar pelo início do confronto.
O Exército Alado dos Vargas, liderado por Carla, percebem que o navio estava cheio de marionetes, e isso abre seus olhos para o verdadeiro alvo de Souma. Se a guerra favorece quem aproveita melhor o tempo, então melhor atingir a cabeça do monstro. Lá estava Souma, já dentro do castelo passando despercebido por tuneis. Carlos Vargas não fica surpreso com o ataque direto de Souma e ambos já se preparam. Mas claro, a luta será contra Aisha. Aqui já temos uma breve luta, e não é ruim já que enfatiza a pressa, e Carlos é vencido por Aisha com o ataque surpresa de Liscia. Certo, uma vitória para Souma com a vantagem do exército alado. Agora vamos aos problemas.
Tanto Carlos quanto Carla Vargas recebem uma coleira de escravidão; para se ter ideia do nível de escravidão que estamos falando: só de falarem um ai contra o mestre considerado pela coleira, ela já pode sufocar o prisioneiro. Porém, aqui isso sequer é desenvolvido. Lembram-se quando disse que buscaria analisar o anime o melhor possível sem ficar fazendo comparações de diferenças? Nesses dois episódios não tem como fugir dessa comparação em relação ao desenvolvimento do arco em específico. O episódio possui o mesmo tempo de troca de falas, e no meio disso teríamos uma amostra sobre o que a coleira faz, mas não tivemos isso e muito menos Souma percebendo o tipo de peso que o objeto traz. Não se trata de pequenas mudanças para adaptar, são cortes de explicações e cenas importantes só para valer o tempo. Ainda temos Liscia tentando convencer Souma de ter Carla como sua amante para salvar a amiga, mas, exceções não podem ser feitas. E ainda bem que souberam tratar bem a personalidade de Carla aqui, recusando a ajuda.
Agora para o fim da guerra nos domínios do Duque Carmine. Não posso reclamar daqui já que foi tudo de acordo. E para quem estava detestando o personagem, agora irá admirá-lo. Obviamente o exército alado de Vargas faz toda a diferença; lembrem-se do acordo entre os líderes de que o exército do derrotado não seria executado e ainda serviriam ao vencedor; facilmente derrotando as defesas e conquistando a vitória. Quem já odiava os nobres mesquinhos também tiveram seu momento de felicidade, afinal, Carmine decidiu criar toda uma revolta para juntar todos os traidores e suas riquezas ainda escondidas. Ordena que seu braço direito coloque coleiras de escravidão em todos eles, inclusive em si mesmo. E aqui temos a conclusão do sacrifício do guerreiro mais leal ao reino. Nos é revelado que tudo isso era sabido por parte de Souma, mas o que o grande guerreiro Carmine não havia percebido na resposta “teatral” de Souma era: O foco não seria ele; e como dito pelo Souma “Passarei por você como um tronco velho”. E aqui vamos até o confronto contra o principado de Amidônia.
Aqui seria outro ponto forte desperdiçado para cumprir tempo, e também com efeitos medíocres para o nível do episódio. Quando a guerra começou e o Exército Real atacou ainda no forte, não reclamei das cenas mais estáticas, sequer mencionei esse detalhe. E isso porque eu imaginava que os recursos estariam focados no confronto contra Amidônia que era o principal evento. Mas aqui, bem nem isso. Não houve toda a calma de cada parte do exército em atacar na hora certa, todos atacaram em uma confusão onde a falta de uma boa animação só prejudicou mais ainda; um grande momento de Halbert Magna foi desperdiçado com um simples ataque sem importância (sendo ele conhecido como Demônio Vermelho nessa batalha); Liscia teve sua participação com Aisha, mas com um peso muito menor; e o confronto de Souma e Carla contra Gaius VIII foi algo tão pífio que fez todos os episódios anteriores desnecessários. Mas vamos com calma, diferente desse último episódio.
Souma fez Gaius e seu exército perderem tempo longe de seu reino; além de terem feito qualquer suspeita de suas ações contra o inimigo através da criação de um novo monstro controlados por seu poder de Fantasmas Vivos. Nesse ponto devo aplaudir, em vez de perderem muito mais tempo com algo que só explicaria como os invasores foram para outro lugar sem levantar suspeitas, essa explicação vem após o término da guerra de forma sucinta, principalmente porque havíamos conhecido o grupo de aventureiros que Souma participou com seu fantoche guerreiro. Voltando para Gaius, após uma grande espera ele decide atacar, mas aí surge a Duquesa Excel que cria um grande transmissor onde Souma resume o ocorrido.
Tirando alguns momentos de maior impacto por parte das falas de Souma, e sua forma de se impor contra o exército, está tudo bem colocado. Declaração de guerra contra um reino que Souma sabia que não poderia atacar até ser ameaçado, e com uma transmissão geral, todos poderiam saber que ele estava contra-atacando. E claro, ele coloca o medo no coração de Gaius ao afirmar que estavam marchando para seu reino. Outra coisa chata aqui é a falta de exploração do curto aparecimento de Juna e seu pequeno exército das sombras, graças a eles é que Gaius perdeu boa parte dos seus homens e tentou recuperar com pessoas comuns
Souma pela primeira vez percebeu que estava se tornando um Rei. É um diálogo breve, que também perdeu um certo peso, enfatizado pela coleira que Carla está usando, mas que ainda sim possui sua importância. Ele começou como um jovem que só queria deixar tudo certo para Liscia governar e assim, poder voltar para seu mundo. Porém, sem perceber, ele já estava disposto a entregar sua cabeça pelo bem de todos. Ironicamente, se não fosse por Carla ele não teria pensado em continuar lutando se o inimigo se aproximasse. Agora ele sabe que é um Rei pois seu maior foco não é apenas organizar tudo, é proteger aquele povo.
Agora finalmente voltando para a guerra final; temos Gaius percebendo que já haviam perdido; ordenando que seu filho fuja em busca de apoio, claramente o Império, para que ele é a única esperança; visto que sua filha não pensa igual e é mais diplomática. O plano é simples: colocar um sósia e ir direto para o Rei Souma. Devido toda aquela confusão, toda aquela bagunça de falta de organização e animação baixa, até isso foi prejudicado. E quando finalmente chegamos no confronto que queríamos, ele é broxante. Existe um confronto, iniciado por Carla contra Gaius e seguido por Souma e suas marionetes. Mas nesse caso, foi uma marionete. O confronto se resumiu em mandar Carla, depois enviar um boneco com explosivos, explodi Gaius e fim. O Exército do Rei chega e dá uma saraivada de flechas, fim do vilão. Quando tudo isso era para ser mais dinâmico, com mais de uma forma de tentar ferir o inimigo, com ele sempre preparado com seu vasto armamento. Originalmente Souma o reconhece como o inimigo mais aterrorizante que ele já havia enfrentado, mas nessa adaptação medíocre, ele foi apenas reconhecido por seu valor de guerreiro.
Outros detalhes como a forma de impedir que o exército reaja aos cidadãos nervosos de Amidônia também foi cortado, até a forma como Souma imagina em amenizar os ânimos também foi retirada; se foi por censura ou outro motivo não posso afirmar. Porém, o episódio finaliza com mais um estratagema de Souma para ganhar a confiança do povo: entregando o primeiro noticiário e o primeiro show japonês. Nunca imaginaria que a paz iria ser trazida assim. Fãs de K-pop e j-pop podem comemorar, vocês ainda vão criar a paz mundial.
Bem, o episódio, para o que ele deveria ter sido feito, foi apressado e cheio de problemas técnicos. Não aproveitou o impacto nem de detalhes simples. Torço para que o último episódio compense o suficiente para que mais pessoas continuem querendo a adaptação dessa obra que é muito boa. E que o investimento nele seja melhor explorado pela J.C. Staff. E por favor Funimation, não desista dessa obra.
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