Entre os tokusatsu feitos por brasileiros, Flashcop possui uma das trajetórias mais impressionantes, ainda mais por Handré Chavez, o desenvolvedor, na infância, não ter sido fã do gênero, só passando a assistir e conhecer já adulto.
Sendo escritor, a ideia de fazer o tokusatsu veio de uma sucessão de acontecimentos: vendedor de livros de porta em porta, teve uma ideia de usar uma fantasia de robô para as vendas e começou a se aprofundar mais sobre, conhecendo assim o trabalho de cosplayers e como desenvolver os trajes. Nesse processo, inicialmente buscando replicar trajes conhecidos, como o do Change dragon, de Changeman, não ficava satisfeito, por não sair igual. Embora chateado, ele viu nisso sua vantagem ao perceber que, ao pensar em trajes novos, conseguia fazer exatamente como o tinha imaginado.
Acreditando fortemente nas forças do universo, assim como na sua inspiração, sentiu o chamado a desenvolver seu próprio tokusatsu, depois que, numa das criações de trajes, ter feito algo com aparência e nomes que não existem. Inicialmente, ele desenvolveu um chamado Esquadrão Delta Ninja, porém, diante da quantidade de trajes e complexidade dos mesmos, sabia que precisava de algo mais fácil, assim pedindo ao universo. Sua resposta veio, de maneira emocionante, com uma imagem que surgiu em sua mente depois de três dias: a forma final robotica do Flashcop deitado na Praça do correio, em São Paulo, chuvendo, com a armadura soltando fumaça. Depois de três meses tendo essa visão, veio o nome: Flashcop e a história, isso em 2014. E, depois de meses escrevendo a história, tratou da parte legal, a registrando, atitude exagerada para alguns, mas totalmente lógica em vista da defesa dos direitos da idéia.
Esse chamado tem movido sua jornada, que ele tem feito sozinho, de maneira autodidata e independente. E seus resultados tem sido incríveis, pelas riquezas de detalhes, seja nos trajes ou nos mechas, num nível que comparável ao de grandes produções. Ele também faz as gravações com os trajes em chroma key, que são feitas numa praça próxima de onde mora, o que gera sempre bastante curiosidade.
Mas também tem outras pessoas envolvidas no projeto, como o contrabaixista Tom Santos, que compôs e interpreta a música tema oficial; os atores Caio Freire e Matheus Tavarez que, respectivamente, fazem Maicon, o vilão Raio negro, e Thoga(pronuncia tuga) e o elenco de vozes, que Handré fez chamadas em sua página e que poderiam ser pessoas de todo o Brasil.
Como todo o desenvolvedor independente, a jornada dele não tem sido fácil. Sem apoio de familiares e amigos, que tentaram muitas vezes faze-lo desistir do projeto, assim como ataques de haters da internet, Handré desenvolveu uma poderosa resiliência e força, vindo da crença da sua missão e do poder de sua história.
Sobre a trama, embora o nome seja Flashcop, a história não será, exatamente, centrada no personagem título. Por mais que tenham heróis e vilões de certa forma estabelecidos, os mesmos possuem motivações e ações que fazê-los mudar de lado. Até mesmo soldados, normalmente sendo simples lacaios, possuem sua própria história, e um deles será o protagonista do primeiro filme de Flashcop. Apesar de grande, é uma história simples, trazendo temáticas como o poder da amizade, do amor como uma força que move a pessoa…
Ainda que não tenha apoio dos seus, ele tem uma grande torcida na internet, entre elas de um dos maiores especialistas sobre tokusatsu no Brasil, o canal Resistencia tokusatsu. Embora tímido, e inicialmente não se sentindo preparado para lives, Handré quis que sua primeira fosse pelo canal.
Artes crossovers:
Feita por Francisco Mauriz, ilustrador oficial do TimerMan, uma arte reuni diversos tokusatsu brasileiros.
– Flashcop, Cruiser, Robô XD, Timerman, Kron, Insector Sun, Gobertex e Raizu
Presente no Instagram oficial do Omegaman, foi feita uma arte com os dois heróis.
– Omegaman e Flashcop
Crossovers
Embora Esquadrão Delta ninja tenha sido, de certa forma, engavetado, em um momento de Flashcop haverá um encontro entre eles, já que haverá um ponto da história onde acontecerá isso.
Quanto a crossovers com outros heróis brasileiros, Handré fez o Flashcop preparado para isso, já que sua habilidade de viajar no tempo permite isso.
Curiosidade:
– Entre o elenco de vozes está Ricardo Bezerra, colunista de series do Ventrue Noob, que é creditado como Ricardo Roseira, seu nome artístico.
– Handré prestou uma homenagem a Bone Lopes nomeando um planeta com o seu nome.
– No youtube, há um outro tokusatsu desenvolvido por Handré chamada Tupinamba, sendo uma das tramas do universo expandido de Flashcop.
– No dia 25 de julho, foi lançado o tokusatsu Ziobrac, também desenvolvido por Handré.
– Handré tem dislexia, que mexe com sua fala e leitura. Algo interessante é que, enquanto ele tem dificuldade de prestar atenção numa história por muito tempo, devido a isso, Flashcop não, deixando ele bastante atento.
– Embora tenha divulgado diversas artes dos trajes, estes não são os finais.
O próximo plano para o projeto será Flashcop: O soldado Squexi – o filme. Porém, ainda falta gravações externas, que não foram feitas devido a pandemia, uma vez que, segundo Handré, as gravações costumam atrair muita gente. Também é planejada uma serie, com duas temporadas certas, com a primeira tendo 50 episódios, mas divididas em 5 partes de 10 episódios cada.
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