A crise global de chips parece estar longe de um “final feliz”. Pelo menos é isso o que pensa Chuck Robbins, CEO da Cisco — empresa líder mundial em TI e redes. À BBC, o executivo afirmou que a escassez de componentes impactará as cadeias de suprimentos globais por mais seis meses.
Com o surgimento da pandemia do coronavírus, o distanciamento social tornou-se uma medida essencial para garantir a proteção das pessoas. Naturalmente, isso provocou a paralisação de diversas indústrias e a diminuição de suas produções.
Um dos setores mais afetados foi o de fornecimento de chips — em especial, os do segmento de tecnologia. Para piorar, as restrições das vendas de componentes americanos à China, em virtude da guerra comercial entre os Estados Unidos e o país asiático, fez com que as fornecedoras de chips americanas diminuíssem suas produções no ano passado, com o temor de um excesso de estoque.
O problema é que o regime home office adotado por conta da pandemia provocou um verdadeiro “boom” na procura por PCs, smartphones, tablets e notebooks. No entanto, a indústria não conseguiu acompanhar a demanda.
A atual escassez global de chips tem impactado mercados de smartphones, televisores, eletrodomésticos e até o setor automotivo. Para combater o impasse, diversos fornecedores têm adotado medidas para intensificar suas produções, mas resultados positivos deverão ser vistos apenas no longo prazo.
“Os semicondutores vão em praticamente tudo e o que aconteceu foi que quando a Covid chegou, todos pensaram que o lado da demanda iria diminuir significativamente e, na verdade, vimos o contrário. Os fornecedores estão se estruturando para maior capacidade nas produções. Isso ficará cada vez melhor nos próximos 12 a 18 meses, apontou o CEO da Cisco. ”
Já para a fabricante terceirizada de chips Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), a escassez de chips deve se estender até 2022. A fabricante de circuitos integrados AMD também acredita que o impasse afetará o mercado por mais algum tempo.
A ideia de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, é investir US$ 50 bilhões para financiar a produção e pesquisa de chips semicondutores. A China, por sua vez, também deverá investir “pesado” para construir novas fábricas de chips.
Mas até que os reflexos desses investimentos sejam observados, os consumidores deverão encarar a escassez de produtos no mercado — bem como preços altíssimos — por mais alguns meses.
Fonte: ZDNet
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