A Activision Blizzard está usando as negociações com a Microsoft para justificar o descumprimento de uma lei do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos.
De acordo com Secretaria de Estado californiana, empresas com pelo menos seis pessoas compondo seu quadro de diretores devem ter no mínimo três mulheres ocupando posições de diretoria. A produtora responsável por Overwatch e World of Warcraft atualmente tem 10 diretores — o que, segundo a seção 301.3(d) do Código de Corporações (lei SB 826), significa que ao menos três destes cargos deviam ser ocupados por mulheres até o final do ano passado.
“Como os atuais diretores da companhia deixariam de compor o nosso quadro de diretores após a consumação da nossa proposta de transação com a Microsoft, não pudemos concluir o processo em 2021”, disse a produtora. A companhia afirma que pretende mudar a situação, dizendo que vai continuar seus “esforços para nomear uma nova diretora”, mas sem oferecer maiores informações sobre o processo.
Dado o histórico da produtora, repleto de acusações de machismo, ambiente de trabalho tóxico e diversos tipos de assédio, é mais do que esperado que a declaração levante suspeitas por parte da comunidade. Principalmente quando o próprio CEO, a figura mais importante da corporação, é protagonista de diversos dos casos relatados.
Em novembro do ano passado, uma reportagem do Wall Street Journal revelou que não apenas Bobby Kotick sabia de abusos cometidos na empresa, como ele mesmo era alvo de acusações em dois casos ocorridos 16 anos atrás. Na época, a situação levou funcionários da desenvolvedora a questionarem a “política de tolerância zero” aplicada na corporação.
As acusações contra Kotick, que teria cogitado comprar sites de games para limpar sua imagem e usado empresas de fachada para financiar políticos, teriam sido fatores importantes que encadearam o processo de aquisição da empresa pela criadora do Xbox.
Fontes: Eurogamer / California Secretary of State / Axios
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