O oficio do escritor deve ser constantemente aprimorado por quem deseja seguir essa carreira.

 

Os olhos e os demais sentidos são os alimentos do escritor. A leitura é fundamental para o repertório; assim como a observação atenta das coisas que acontecem ao seu redor. Costumo dizer que os livros para o escritor funcionam como as ferramentas de um carpinteiro.  Por isso aqui reuni 5 livros de grandes autores que apresentam suas experiências e dicas para os aspirantes, que assim como eu, desejam aprender ainda mais sobre a nobre arte da literatura.

 

Sem leitura não se pode escrever. Tão-pouco sem emoção, pois a literatura não é, certamente, um jogo de palavras. 
É muito mais. 
Eu diria que a literatura existe através da linguagem, ou melhor, apesar da linguagem”. (Jorge Borges)

1 – Poética, Aristóteles.

Aristóteles (384 a.C.– 322 a.C.) foi um importante filósofo grego. Um dos pensadores com maior influência na cultura ocidental, tendo sido discípulo do filósofo Platão.
Aristóteles elaborou todo um sistema filosófico no qual pensou sobre praticamente todos os assuntos existentes, como a geometria, física, metafísica, botânica, zoologia, astronomia, medicina, psicologia, ética, drama, poesia, retórica, matemática e lógica. A Poética (em latim: poiétikés), provavelmente registrada entre os anos 335 a.C. e 323 a.C., é um conjunto de anotações das aulas de Aristóteles sobre o tema da poesia e da arte em sua época, transmitidos oralmente aos seus alunos. Trata-se do primeiro texto conhecido que procura especificamente analisar determinadas formas da arte e da literatura, e é também um registro limitado de como era a arte grega em seu tempo. A Poética não é apenas a primeira teoria do Teatro ocidental; trata-se de um livro que influenciou essa arte ao longo de sua história e que ainda ecoa nos tempos atuais.

“A Poesia exige um homem com um dom especial para isso, ou então um com um toque de loucura.“

2 – Romancista como vocação, HARUKI MURAKAMI.

Mesclando detalhes da própria vida com digressões sobre o valor da literatura, um dos maiores escritores contemporâneos fala sobre o ofício da escrita.

Haruki Murakami é um dos mais conhecidos autores contemporâneos do Japão. Quando seus livros são lançados, a imprensa noticia filas enormes nas livrarias de Tóquio e traduções para mais de quarenta idiomas. Ícone da escrita fluida, Murakami transita bem em diversos estilos narrativos: ficção, ensaio, reportagem, nada parece estar fora de seu talento literário. Para abarcar toda essa multiplicidade, chega Romancista como vocação, uma série de proposições sobre a escrita, a literatura e a vida pessoal do recluso escritor. Escrito na linguagem acessível típica de Murakami, este livro é um convite a todos que desejam habitar o mundo dos romancistas, bem como uma declaração de amor ao ato da escrita.
“Se você deseja escrever um romance, observe atentamente seu entorno. O mundo pode parecer monótono, mas está cheio de diamantes brutos, atraentes e misteriosos. Romancistas são aqueles que conseguem identificá-los. E, ainda melhor, eles são oferecidos quase gratuitamente. Se você tiver um bom par de olhos, conseguirá escolher e coletar livremente essas pedras preciosas brutas. Existe uma profissão mais fascinante do que essa?”

3 – Seis passeios pelos bosques da ficção, Umberto Eco.

O que é o texto de ficção? Em que medida ele difere da verdade histórica? E o que ocorre quando o leitor mistura os papéis e considera como reais personagens fictícias ou vice-versa? Estas e outras questões cruciais da arte narrativa são discutidas, de forma acessível e bem-humorada, por Umberto Eco, nestas seis conferências que realizou em 1993 na Universidade Harvard.De Esopo a Ian Fleming, de Edgar Allan Poe e Nerval aos modernos experimentos de Georges Perec, passando ainda pela Paris de Alexandre Dumas, o noticiário da Guerra das Malvinas, os filmes pornográficos e seus próprios romances, Eco investiga os diversos aspectos da leitura, expandindo nossa percepção não apenas do mundo ficcional, mas também da própria realidade.
“O problema com o mundo real é que, desde o começo dos tempos, os seres humanos vêm se perguntando se há uma mensagem, em havendo, se essa mensagem faz sentido. Com os universos ficcionais sabemos sem dúvida que há uma mensagem e que uma entidade autoral está por trás dele como criador e dentro dele como um conjunto de instruções de leitura.”

4 – Sobre a escrita: A arte em memórias, Stephen King.

Ao mesmo tempo um álbum de memórias e uma aula apaixonante, Sobre a escrita irradia energia e emoção no assunto predileto de Stephen King: literatura. A leitura perfeita para fãs, escritores e qualquer um que goste de uma história bem-contada.

Mestre ― essa é a palavra que costumam usar para se referir a Stephen King, um dos maiores escritores de ficção de todos os tempos. Sendo assim, Sobre a escrita é tanto uma autobiografia quanto uma aula de um mestre, eleita pela Time Magazine um dos 100 melhores livros de não ficção do mundo e vencedora dos prêmios Bram Stoker e Locus na categoria Melhor Não Ficção.

O livro começa com um relato íntimo e honesto das memórias e experiências de Stephen King, desde a infância até a carreira literária, passando pelos vícios em drogas e por um acidente quase fatal. Essa narrativa autobiográfica introduz com perfeição os conselhos de King sobre a profissão de escritor, já que contempla os livros e filmes que o influenciaram na juventude, seu processo criativo de transformar uma ideia em um novo livro, os acontecimentos que inspiraram seu primeiro sucesso e muito mais. Usando exemplos que vão de H. P. Lovecraft a Ernest Hemingway, de John Grisham a J. R. R. Tolkien, o autor ensina como aplicar suas ferramentas criativas para construir personagens e desenvolver tramas, construindo uma obra essencial sobre a arte de contar uma história em palavras.

“Escrever é algo mágico, é tanto a água da vida como qualquer outra arte criativa. E a água é grátis. Então beba-a e deixe-a preencher você.”

“Um livro útil para qualquer jovem escritor e obrigatório para qualquer fã de Stephen King” ― Kirkus Reviews

 

5 – Zen na arte da escrita, Ray Bradbury.

 

Autor do clássico Fahrenheit 451 compartilha sua sabedoria e experiência

Curiosidade, entusiasmo e alegria: segundo Ray Bradbury, isso define como um escritor deve se posicionar diante de uma página em branco

Em Zen na arte da escrita, Ray Bradbury, autor dos clássicos Fahrenheit 451 e As crônicas marcianas, divide com o leitor o conhecimento de quem escreveu mais de trinta livros. Responsável por romances, contos, roteiros de cinema e peças de teatro, Bradbury não parou de escrever nenhum dia até a sua morte, em 2012.

Esta obra, além de ser um manual de criação literária, é um caminho para que o leitor siga a trilha de um mestre e conheça a fundo como grandes obras da literatura foram desenvolvidas. Nela estão reunidos ensaios de um mestre da invenção, criador de mundos distópicos e do melhor da fantasia, sobre a arte de escrever como descoberta de si.

“A vida é curta; o infortúnio, indubitável; a morte, certa. Mas, na travessia, em seu trabalho, por que não carregar aqueles dois balões de gás nomeados Entusiasmo e Prazer?

Zen na arte da escrita é uma leitura que inspira o leitor a retornar aos livros de Bradbury com um novo olhar, e também a se valer da literatura para contar a própria história.

 

 

 

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Kleber I. Silva

Trabalhos.

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